“NÃO SE PRESERVA A MEMÓRIA DE UM POVO

SEM O REGISTRO DE SUA HISTÓRIA”

No último dia 26 de fevereiro, a Sociedade Mineira de Pediatria, por meio dos departamentos de infectologia e imunizações, publicou um novo Boletim Científico. O artigo “Atualizações em Dengue” tem como um de seus autores o médico pediatra Edson Lopes Libânio, de Baependi.

A dengue é uma arbovirose transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti. Este mosquito circula durante todo o dia, mas é mais ativo das 7h às 10h e das 16h às 19h, possuindo uma autonomia de voo em torno de 100 metros.

O vírus da Dengue é um vírus RNArelacionado ao gênero Flavivírus, com características semelhantes aos vírus da Chikungunya, Zika e Febre Amarela. Possui quatro sorotipos: 1, 2, 3, 4 e 5, causando infecções sintomáticas em aproximadamente 25% das pessoas infectadas, ou seja, a grande maioria (75%) permanece assintomática. Após a picada por um mosquito Aedes aegypti infectado, os indivíduos podem apresentar sintomas da dengue em um período que varia de três a 14 dias. Indivíduos infectados, sintomáticas ou assintomáticos, podem transmitir o vírus da dengue e permanecem infectantes aos mosquitos durante todo o período virêmico que é de aproximadamente 7 dias. É importante destacar que, em pacientes sintomáticos, a capacidade de transmissão do vírus pode iniciar-se um a dois dias antes do surgimento das manifestações clínicas.

A infecção por um determinado sorotipo do vírus da dengue confere imunidade permanente contra esse mesmo sorotipo. Além disso, pode ser observado um fenômeno de proteção cruzada temporária contra os outros sorotipos, que dura geralmente cerca de dois a seis meses. Entretanto, após este período, uma infecção subsequente por um sorotipo diferente do vírus pode predispor significativamente ao risco de formas mais graves da doença, incluindo fenômenos hemorrágicas.

A Dengue é dividida em três fases, sendo que na fase crítica podem surgir os sinais de alarme que, normalmente, indicam aqueles pacientes com maior probabilidade de evoluir para formas mais graves da doença.

Todo o raciocínio clínico desenvolvido para o paciente com dengue deve ser guiado pela fase em que ele se encontra. Para caracterizar a fase da doença em que o paciente se encontra, deve ser avaliado o tempo de febre em dias, se há presença de sinais de alerta e deve ser avaliado o hemograma. Afase crítica é marcada pela presença de sinais de alerta e aumento do hematócrito, que representam extravasamento plasmático.

Pacientes com suspeita de dengue devem ser avaliados cuidadosamente e direcionados para o ambiente de atendimento apropriado. A dengue é uma doença dinâmica e a classificação clínica do paciente pode mudar à medida que a doença evolui. O reconhecimento precoce da progressão para doença grave e pacientes com risco aumentado de doença grave é essencial, com o início imediato de uma terapia mais agressiva quando necessário.

Como a dengue pode ser prevenida?

A melhor forma de se evitar a doença é combater os focos de acúmulo de água, locais propícios para a criação do mosquito transmissor da doença. A indisponibilidade de uma vacina para toda a população, a grande morbidade da doença e a presença de um vetor bem adaptado ao ambiente urbano intensamente povoado, o qual gera habitats ideais para sua proliferação, tornam a prevenção da dengue uma tarefa difícil de ser atingida.

Confira orientações sobre o imunizante!

A vacina deve ser aplicada em duas doses com intervalo de três meses entre elas. Há proteção, não adequadamente medida, entre a primeira e a segunda dose, o que pode facilitar seu uso em viajantes. A ANVISA licenciou a vacina para uso entre 4 e 60 anos de idade. Isso se deveu à inexistência de dados adequados de segurança e eficácia acima de 60 anos.

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Informações: Sociedade Mineira de Pediatria