“NÃO SE PRESERVA A MEMÓRIA DE UM POVO

SEM O REGISTRO DE SUA HISTÓRIA”

É tempo das águas! Esta é uma expressão muito usada pelos lavradores em determinadas
regiões do Brasil quando o verão se aproxima. É nele que as chuvas cuidam da terra.
Irrigam com abundância infiltrando solo adentro suas gotas abençoadas de água para dar
liga à terra ressequida, esfarelada e quente das ribanceiras. Pelas cabeceiras do parque das
águas, não é diferente. Oriundas da Serra da Mantiqueira, na pequena cidade de Caxambu,
essas gotas da abençoada estação, infiltram montanha abaixo percorrendo longos caminhos,
deslizando sobre rochas de propriedades minerais únicas no mundo aninham-se silenciosas
nos lençóis subterrâneos do magnífico Parque das águas. Enquanto isso vão acontecendo
divinas transformações em nível molecular em cada gota constituindo assim o tempo de
gestação das águas minerais. Ali elas ficarão dormitando até brotarem à superfície vindo a
jorrarem com toda a sua beleza que lhe é própria da sua natureza. É tempo de preparação e
cuidado. É um momento de amor e agradecimento pela água que jorrará aos cântaros. É
tempo de pensar que comparada à gestação do Menino Jesus, quando da anunciação,
caminhada silenciosa à distante Belém, e seu nascimento na significativa manjedoura,
também fez jorrar bênçãos ao mundo inteiro e numa correnteza infinita de graças e de luz,
iluminou e fez resplandecer esperança de vida por toda a Terra. Se fez remédio e cura para
todos os males da pequenez humana, assim como as gotas medicinais de água cristalina do
Parque das águas o tem feito a seu modo sutil.
Está chegando o verão! No Parque das Águas, as gotas cintilam de maneira muito especial.
Nas folhas dos exuberantes Plátanos como cristais da mais alta nobreza, decora o robusto
Ficus e encanta as crianças ao subir nos seus frondosos troncos, pululam nas cascatas
sobrepostas de Chico Cascateiro e no lago faz refletir a Ninfa e seus anjos. Nas históricas
fontes de rica arquitetura, jorram com abundância as águas medicinais em toadas sinfônicas.
É como se todos os dias, fosse anunciada a chegada do Natal, pois lá nas profundezas, nos
lençóis freáticos do parque semelhante a manjedoura, todo dia, a todo tempo, as moléculas
se transformam em cristais “CHI OF LOVE” e sobem à flor do parque a jorrar gotas feito
cristais de rara beleza para saciar a sede da humanidade.
É hora de amar e agradecer pela fartura…
É tempo das águas! É verão! É Natal no Parque das Águas!

Maria do Carmo Rodrigues, acadêmica.