Inicialmente podemos nos servir de: One Bourbon One Scotch One Beer (John Lee Hooker), para conhecermos um gênero musical originário dos trabalhadores afro-americanos do sul dos Estados Unidos que, com suas canções simples e rimadas, cantavam seus trabalhos, suas tradições, suas religiosidades, seu dia a dia, e suas dores, pois o Blues surgiu logo após a escravidão, descrevendo o estado de espírito da raça negra.
O Blues está ligado intimamente ao Jazz, ao Rhythm and Blues e ao Rock and Roll, através de suas letras, linha de baixo e instrumentação, tendo criado seus subgêneros como: Country Blues, Delta Blues, Piedmont Blues, Chicago Blues, West Coast Blues, até que nos anos 1960 e 1970 surge o Blues Rock.
Entre muitos, se destacaram como grandes referências, músicos como: Robert Johnson, Howlin’ Wolf, Albert King, John Lee Hooker, Muddy Waters, B. B. King, Bo Diddley e Willie Dixon.

B.B. King

Robert Johnson
A popularização do gênero se formou em regiões do Sul dos Estados Unidos como: Alabama, Louisiana, Geórgia e Mississipi, regiões de grandes plantações de algodão.

A influência do Blues no Rock n’Roll é nitidamente presenciada em músicos como Eric Clapton, Jimi Hendrix, Rory Gallagher, Johnny Winter, Edgar Winter, Stevie Ray Vaughan e Janis Joplin, Elvis Presley e Gary Moore, caracterizados pela rebeldia dos brancos, enquanto o Blues representava os excluídos.


B.B. King considerado, ao lado de Eric Clapton e Jimi Hendrix, um dos melhores guitarristas do mundo, gravou clássicos que transmitiram a alma do Blues, como: “The Thrill Is Gone” (1970), “Why I Sing the Blues” (1969) e Every Day I Have the Blues” (1955). Sendo um dos mais respeitados músicos de Blues de todos os tempos.



Embora o Blues possa ser denominado como um estilo musical baseado no uso de notas baixas, que mantem uma estrutura musical repetitiva, em geral com letras expressivas, a sua importância e influência ainda são presentes nos dias de hoje, retratando as dores da discriminação que outrora os negros vivam no seu dia a dia.

Aquela estrada
Vou à frente,
achando que me adianto,
mas, ora, nada…
hoje nada aprendo,
talvez por não sentir na pele
a dor, o sangue escorrendo
da segregação…
Olho o que passou e enxergo,
que para ser vencedor à frente,
devo valorizar os que, mesmo no sofrimento,
retrataram e retratam nos solos das guitarras,
nas vozes graves,
a dor numa maneira sem dor,
que nos ensinaram e ensinam,
que a estrada pode ser feliz,
basta vencermos os buracos
que nela surgirão,
a trilha pode ser bonita….
Por: Selmar Fernando Maia Couto
Muito legal este poema e a coluna.
Parabéns