“NÃO SE PRESERVA A MEMÓRIA DE UM POVO

SEM O REGISTRO DE SUA HISTÓRIA”

Parou à porta da sala, onde sobressaia a mesa preparada para a ceia de Natal, à espera dos familiares. Seu olhar perscrutador analisou cada detalhe e um sorriso de aprovação apareceu em seu rosto. Tudo tinha sido organizado com o maior carinho e desvelo.
Natal, para ela, era sinônimo de amor repartido, aconchego, carinho. Sentia-se feliz por ainda conseguir reunir a família para a ceia de Natal todos os anos.
Sorriu, antevendo a divertida briga para ver quem cortaria o peru, a algazarra das crianças, as discussões dos adolescentes que já se achavam adultos, com direito a beber vinho e cerveja. Tudo entre risadas e gozações.
A campainha toca, retirando-a de seu devaneio. Corre para abrir a porta e : filhos, noras, genros e netos vão entrando entre abraços, beijos e votos de Feliz Natal. Logo ecoam elogios sobre a organização da mesa e do cheiro convidativo das iguarias.
A casa torna-se viva, ruidosa, enchendo seu coração de pura alegria. Sua atenção volta-se para as crianças, que depois de olhares curiosos e cobiçosos para os presentes embaixo da árvore de Natal, correm para a cozinha a fim de descobrir qual seria a sobremesa em que a vovó sempre se esmerava.
Quando o rebuliço se acalma, ela convida todos para a mesa, já posta e, a seu pedido, todos dão-se as mãos e fazem uma oração, agradecendo a Deus por estarem reunidos naquela maravilhosa Ceia de Natal.

Por: Maria do Carmo Paiva, Acadêmica fundadora da Academia Caxambuense de Letras