“NÃO SE PRESERVA A MEMÓRIA DE UM POVO

SEM O REGISTRO DE SUA HISTÓRIA”

Nasci em 1954, cidade de São Paulo.

Em 1960 entrei no ônibus escolar, que me levaria para minha primeira aventura fora de casa. Um lindo colégio, freiras dominicanas, para iniciar minha trajetória escolar. Lá fiz o primário, admissão e ginásio, completado em 1969. Tive uma formação regida por valores éticos, religiosos e também que me deu acesso a conhecimentos consistentes, estruturados e de amor à pátria.

Durante anos, ao menos uma vez por semana, a bandeira era hasteada e cantávamos o Hino Nacional, com a mão direita no peito.

Tirando o lado rebelde, próprio da adolescência, cantávamos com orgulho e honra por sermos brasileiros  e brasileiras.

Em casa, todos gostavam de futebol, principalmente minha mãe, (incrível não é?), que em todas as copas do mundo cantava o Hino Nacional em pé na sala de casa. Não esqueço! Imagem viva para mim!

Assim eu cresci e minha formação intelectual, social e espiritual foi se dando. Em 1964, eu tinha 10 anos e só fui entender o que estava acontecendo no Brasil, a ditadura, mais perto dos anos 70. Iniciei a Faculdade em 1973, em pleno governo Médici,  quando entrei em contato com a vil realidade que assolava nosso país, naquele momento. Participei do movimento das Diretas Já, de março de 1983 a abril de 1984.

Mais tarde, já nos anos 90, começaram as preparações para a chegada do ano 2000 e eu ouvia sempre que o Brasil seria a Pátria do Futuro, a Pátria do Evangelho, o Celeiro do Mundo! O País da Síntese!

“… Em teu seio, ó Liberdade…

…o teu futuro espelha esta grandeza…”

Hoje, estas frases de nosso Hino ressoam em mim, e me deixam perplexa e indignada com o que vejo acontecer. Por outro lado, vejo uma verdade ficar escancarada, que estava camuflada por nossa sociedade, e que rege uma parte de nosso povo, o preconceito, o extremismo, a violência, a Cultura de Guerra em ação!

Mas, viemos  para ser uma Nação, mais do que um País! Somos o “berço esplêndido”, rico, abundante em diversidade de todas as ordens.

Uma nação que pede Equanimidade, Justiça e Paz!

Que cada um, uma de nós, em nossos pensamentos, sentimentos e palavras, em nossas intenções e atos façamos com que

“seu futuro espelhe essa grandeza…

Ó Pátria amada, florão da América, iluminado ao Sol do Novo Mundo…”,

um país impulsionado pela vontade de Amor e Paz, para assim vencer todos os desafios, que fazem parte dos processos de desenvolvimento, e da própria evolução e progresso sustentáveis. Somos todos e todas corresponsáveis por esta construção!

Maria Cristina Mallet Porto – Acadêmica da Academia Caxambuense de Letras