“NÃO SE PRESERVA A MEMÓRIA DE UM POVO

SEM O REGISTRO DE SUA HISTÓRIA”

Na sociedade de consumo, tudo vai às mil maravilhas.
A indústria de luxo não vê limites, as bolsas enriquecem cada vez mais os grandes. É isso que importa.
Longe dos holofotes, pessoas morrem sem cuidados ou assassinadas, sobretudo se não forem caucasianas. O arco-íris de cores de pele, que enriquecem a humanidade, vêm apenas para dar trabalho e sugar recursos. É gente “feia”, diferente, cuja única utilidade é servir os brancos. São preguiçosos, indolentes, limitados, enfeiam as cidades vivendo amontoados, sem serviços básicos, sem comida, sem trabalho e meu Deus, que cheiro é esse! A covid até dá uma ajuda.
Da minha janela, os vejo lá embaixo, vendendo tralha e cuidando de seus cachorros, atrapalhando a passagem dos carros importados, sujando as ruas. Que gente imunda!
Reclamam de tudo. Culpam a polícia que faz um favor para a sociedade invadindo comunidades para acabar com bandidos, matando um ou outro de vez em quando. Apreendem armas, e às vezes até um ou outro marginal dispensável.
Crianças morrem, mas afinal, não se faz omeletes sem quebrar ovos. São apenas danos colaterais. Ainda bem que traficantes e milicianos são safos e estão armados. Que seria dessas pessoas, bonitas, limpas, sem a cocaína recreativa, que junto com álcool da melhor qualidade dão cor e sabor a seus dias.
Ainda bem que sempre haverá Miami!

Inez Cabral – Acadêmica Correspondente da Academia Caxambuense de Letras