“NÃO SE PRESERVA A MEMÓRIA DE UM POVO

SEM O REGISTRO DE SUA HISTÓRIA”

   Palavrinha pesada essa, hein!!

   Conheço muitas pessoas que carregam mágoas dentro de si, de coisas que passaram há tempos , mas as guardam como um tesouro. Algo que pertence a elas. E do qual  não querem se desfazer, pois é como se tivessem se tornado sua própria personalidade.

   E fica ali apegado a ela , porque não consegue se ver vivendo sem mágoa. Como se abrir mãos dela você se perder de si mesmo.

   E aí passa os anos carregando aquele fardo, e em nome dele, contando e recontando a história, várias e várias vezes, permanecendo na tristeza. Pelo simples fato de não conseguir deixar ir embora aquela que lhe faz companhia a tanto tempo.

    E qual seria a razão para se ficar tão apegado? Acredito que pelo fato de ter a certeza que se perderia, que não seria mais aquela pessoa.

   E é verdade, o apego ao que éramos é que nos prende as mágoas.

    Não queremos afastar do que éramos, e aí ficamos ali imóveis, revivendo o que nos magoou, inúmeras vezes. Repetindo para continuar sentindo aquela dor, e ela nos confortar, pois ainda somos os mesmos.

    E só conseguiremos nos curar, nos restabelecer, física e emocionalmente, quando aceitarmos, que não somos os mesmos.

    É impossível passar por algo que nos machucou e ficarmos iguais, vamos mudar, vamos nos transformar, e esse apego ao que éramos nos faz ficarmos na mágoa.

    É como se ela nos representasse, como um advogado, e contamos para quem quiser ouvir, várias e várias vezes, procurando um juiz, que condenará esse absurdo que nos fizeram passar.

    Mas a dor, essa o juiz não tira, porque para que ela vá embora, preciso aceitar a minha transformação, da pessoa que foi magoada, para aquela que me  tornei após  tal evento. Que doeu tanto que não consigo mais ser o mesmo e fico lá tentando acessar aquela pessoa, de antes, mas ela já partiu, e quem ficou é a que se transformou.

   Acredito que a dor tem um único papel, de nos transformarmos, depois ela deve partir e passamos a conviver com nosso novo eu. Aquele que estará mais desperto, mais astuto, mais intuitivo e não é qualquer um que irá magoá-lo novamente.

    Como sou uma otimista realista, convido você a fazer um raio x de si mesmo e perceber se ainda carrega mágoa de alguém ou alguma situação, quem sabe não é o momento de aceitar sua transformação? Te garanto que vai valer a pena.

  O filme que me inspirou neste tema foi O VIOLINO DO MEU PAI Netflix, que conta a história de um homem que carrega grande mágoa do irmão, e na trama terá que cuidar de sua sobrinha. Esse ato lhe trará grandes descobertas. Um filme sensível e encantador. Com músicas de arrepiar.

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