“NÃO SE PRESERVA A MEMÓRIA DE UM POVO

SEM O REGISTRO DE SUA HISTÓRIA”

É rotina de várias famílias uma temporada na praia nesta época do ano.

 Pela proximidade vamos com maior frequência a Ubatuba, que é uma delícia mesmo de cidade, mas que tem problemas. Especialmente na alta temporada: restaurantes lotados, quiosques nem sempre com padrão de higiene adequado.  Além do mais Ubatuba por ser muito plano e com clima tropical tem maior probabilidade de ataques de Aedes e portanto com maior incidência das arborviroses (dengue, Zika, febre chikungunya e febre amarela).  Sem falar no incomodo do zunido e das picadas. Tenho por mim que o sangue das crianças é mais docinho, sõ pode, pois são mais atacadas que os adultos.

Mas outros problemas também são mais frequentes lá na praia: doença diarreica, embaraços gástricos, queimaduras, intoxicações são os principais.

Fora os acidentes os mais variados. Dia destes tive com um cliente uma situação hilária, mesmo porque acabou muito bem, sem consequência. A mãezinha não conhecia a casa onde estava, não achou o interruptor de luz e deu a criança um comprimido de pílula anticoncepcional achando que fosse jofix 4 mg – comprimido para vômitos.  Então não dê medicamentos no escuro!

Conheça bem a casa ou apartamento que você vai ficar, observe atentamente, vendo os pontos vulneráveis, perigosos para criança como sacadas (onde não devem ficar bancos ou cadeiras), a cozinha e os utensílios e vasilhames. Importante observar se não tem produtos de limpeza ou cloro armazenados em garrafas de refrigerantes e acessíveis as crianças.  E veja onde ficam os interruptores.

Infelizmente as crianças são as mais susceptíveis a todos estes agravos, e acidentes.

Isto não impede que aproveitemos deste paraíso, aqui pertinho. Mas vale estas e outras atenções simples para que o nosso passeio não se transforme em pesadelo.  

Primeiro o obvio:  Informe-se com autoridades das praias que estão próprias para o banho. Idealmente, nem sempre possíveis, evite as praias muito badaladas, com maior acumulo de pessoas.  

Evite sol das 10 às 15 h. Use foto protetor infantil de boa qualidade mesmo na sombra. Coloque chapéu ou boné. Na areia use camiseta. Passe um hidratante na pele após o banho. Se houver queimadura pode usar loção de calamina 2 vezes ao dia e não mais exponha o bebê ao sol.

Evite sair de casa ao final da tarde, use e abuse dos repelentes infantis, use inseticida com base aquosa (não são contraindicados para crianças), desde que não tenha histórico de alergia aos produtos, e convém que até 1 hora após a aplicação do inseticida a criança não esteja no ambiente e feche bem a casa ao sair de manhã. Prefira local com telas e mosquiteiros. Limpe as feridinhas, elas são inevitáveis na praia, com água e sabão.

Evite para as crianças alimentos de carrinhos; beba somente água engarrafada, e de boa qualidade (que tal a Caxambu ou São Lourenço?). Aliás ofereça mais água que de costume.

Mantenha os produtos perecíveis na geladeira. Importantíssimo: Mantenha o máximo possível a rotina alimentar da criança. Na praia picolés só de boa qualidade, de marcas conhecidas. Evite alimentos gordurosos e as frituras.   Se a criança nunca fez uso de um alimento especifico, camarão por exemplo, na praia e na viagem não é o local ideal para “experiências”.

Muito adequado também períodos de descanso para a criança em local fresco e agradável.

Outra coisa obvia: não permita que a criança entre na água sem a presença de um adulto. Claro por engraçado que seja escrever isto, que o adulto não deve estar alcoolizado, e que saiba nadar. 

Evite água no ouvido (submersão). Nem tanto pela água, mais pela areia. Não use cotonetes. Logo após sair da água do mar é muito salutar uma ducha de “água doce”.

E deixe o Pediatra de sobreaviso, mesmo que a distância.

Por Dr. Edson Libanio