Você, meu animal
que me atravessa no começo da noite,
nas manhãs marotas
e nas tardes de sol posto…
Você vem…cochicha
palavras sem nexo
em momentos de estupor
pronta, toda me entrego!
Você, meu animal…
deixo que me atravesse.
Que corte minha carne
ferindo minh’alma
a jorrar em minha vida
embora eu quisesse estar morta
para fugir deste amor possesso!
Talvez eu necessite
de uma vida inteira
para fazer de você animal
um dócil felino a cochilar
no meu colo, sentindo você só meu
e contar para mundo em versos
que, preguiçosamente
você é meu animal…