“NÃO SE PRESERVA A MEMÓRIA DE UM POVO

SEM O REGISTRO DE SUA HISTÓRIA”

Tanta coisa que eu desaprendi…
Fazer cola de papagaio
Pular muro chapiscado
Cigarro de folha de chuchu
Cavoucar à procura do Japão
Morder hóstia pra ver se saía sangue
Colocar durex na campainha do vizinho
Olhar no caleidoscópio
(Quando LSD nem existia)
Andar na enxurrada
(Sempre em sentido contrário ao da água)…
Eram coisas bobas.
De algumas resultavam doídas surras,
Porém sempre havia a solidariedade
De apanharmos todos,
De forma que a dor se repartia,
Como se existisse apenas uma
E universal dor e a cada um competisse a justa porção dela.
Devíamos achar certo e estimulante
Esse apanhar solidário,
Que desencadeava novas invenções,
Muito mais perigosas,
Às quais nos entregávamos de corpo e alma,
Sempre esfolando do corpo os joelhos
e da alma as dobradiças,
Hoje ocres de tanta ferrugem….

Por que mesmo estou
Passando esse filme
Ao contrário?
Que otário!
Dia de aniversário…

Carlos Emilio Faraco – Acadêmico Correspondente da Academia Caxambuense de Letras