Na janela a sorrir para a vida,
te vejo tão distante, em busca de esperança
a estender tuas mãos num apelo, gritas…
gritas… um grito surdo de velha-criança!
De teus olhos úmidos vislumbro raios
de luz, de fé e de um amor fecundo
que não se abala pela neve em teus cabelos
a retratar o tempo ido de teu encantado mundo!
Nas rugas de teu rosto os caminhos
ásperos e repletos de desencontros
onde raras são as rosas e mil são os espinhos
que formam teu jardim de tantos sonhos!
Passo por ti e um aceno diz tudo
Não ouço tua voz, talvez a fala te traia
mas ouço em teu coração um soluço,
enquanto em teu olhar o orgulho se espalha!
Velha-criança, fizes-te de mim um Rei
quando encheste meu mundo de fantasia e crença
mostrando-me que lá bem à frente como tu serei
e serei para outros, como tu, uma Velha-criança!