No primeiro semestre de 2023, 722 mulheres foram vítimas de feminicídio no Brasil, crescimento de 2,6% comparado ao mesmo período do ano anterior, quando 704 mulheres foram assassinadas por razões de gênero, conforme os dados divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
As informações têm como fonte os boletins de ocorrência registrados pelas Polícias Civis dos estados e do Distrito Federal, e, portanto, são preliminares e podem ser alterados no curso da investigação ou quando tornarem-se processos.
Entre o primeiro semestre de 2019 e o primeiro semestre de 2023 foi verificado o crescimento de 14,4% no número de vítimas de feminicídio, estatística que cresce ininterruptamente desde a aprovação da lei.
No primeiro semestre de 2023 a região Centro-Oeste registrou 81 vítimas, redução de 3,6% em relação ao ano anterior; a Norte teve 69 vítimas, queda de 2,8%; a região Nordeste apresentou a maior redução do período, de 5,6%, e contabilizou 187 vítimas; e, no Sul, a redução chegou a 3,4%, com 112 vítimas no primeiro semestre de 2023.
A única região que apresentou crescimento foi a Sudeste, com 273 vítimas; a variação foi de 16,2% e determinante para o crescimento dos feminicídios em 2023.
Três dos quatro estados da região Sudeste apresentaram crescimento dos feminicídios: em São Paulo, o crescimento foi de 33,7%, passando de 83 casos nos seis primeiros meses de 2022 para 111 casos em 2023; em Minas Gerais, o aumento foi de 11%, passando de 82 casos em 2022 para 91 em 2023; e no Espírito Santo, a variação foi de 20%, passando de 15 vítimas em 2022 para 18 vítimas em 2023.
Embora o Rio de Janeiro tenha indicado redução da ordem de 3,6% nos feminicídios (53 casos este ano ante 55 vítimas no ano passado), os homicídios dolosos de mulheres cresceram 6,4%, chegando a 149 vítimas (foram 140 no ano passado). Ou seja, embora os crimes tipificados como “feminicídio” tenham apresentado redução, mais mulheres foram assassinadas no estado no período.
Outro estado que apresentou crescimento acentuado da violência baseada em gênero foi o Distrito Federal, que registrou 21 vítimas de feminicídio nos primeiros seis meses deste ano, crescimento de 250% se considerados os 6 casos no mesmo período do ano passado.
Com as informações do Fórum Brasileiro de Segurança Pública
Foto: Levante Feminista DF/ Divulgação