“NÃO SE PRESERVA A MEMÓRIA DE UM POVO

SEM O REGISTRO DE SUA HISTÓRIA”

E da menina cheia de imaginação e invenções, Eliana torna-se uma mulher que expressa sua vida na literatura

Na tarde de 22 de julho, a Casa da Cultura de Baependi foi sede de mais um importante momento para comunidade baependiana, onde a escritora Eliana Ferreira Rodrigues lançou sua obra: ‘Eros uma vez’.

Uma reunião de poemas da escritora trazendo temas que foram marcantes em sua trajetória. Sua vida, desafios, solidão, fazem parte de muitos desses poemas tão marcantes.

“Eternizo a necessidade de tê-lo / E pressinto a impossibilidade / Destruo a paz / Chamo o tormento / Tempero de lágrimas / A grandiosidade do amor”.  É um trecho do poema “Dor” que faz parte do livro da escritora.

Filha de uma família de onze irmãos, Eliana revelou sobre sua vida nômade, diante do trabalho do pai que sempre estava em uma cidade diferente. Nascida em Barra Mansa, muitas foram as cidades por qual passou, até adotar Belo Horizonte como sua terra natal. Sendo formada em psicologia, tem a literatura como sua grande paixão.

Em entrevista ao Jornal Panorama, a escritora recordou de sua infância onde em suas férias em Baependi ficava na casa de uma tia localizada aos fundos da Igreja da Boa Morte, só aquele nome a apavorava, Boa Morte. “Nem queria saber que existia a morte, e nem queria saber se era boa ou ruim, não queria que houvesse morte”, lembra. “E tinha o Trovão, um homem que morava em Baependi, uma figura popular muito estimada, e outro menino que me paparicava demais, e me levava as frutas da temporada, depois virou uma figura carnavalesca”, relembra.

Indagada sobre o seu o vínculo com a literatura, a escritora lembrou de como a escrita surgiu em sua vida. “A minha escrita surgiu por causa da minha vida, sou a primeira filha, a primeira menina, e tinham cinco meninos e por muito tempo eu fui meio que uma filha única. Era a mais solitária, veio uma irmã, mas a nossa diferença de idade era muito grande e continuei em uma espécie de solidão. Fui para o internato e lá foi uma solidão pra valer”, revelou afirmando o que vivenciou e a fez se transformar. “Agora me valeu essa solidão porque eu comecei a ler muito, tinha um acesso ao mundo e a literatura traz o um mundo pra gente muito maior do que o que a gente vive. Isso foi muito rico pra mim”, completa.

Era uma menina cheia de imaginação, cheia de invenções que transformou suas vivências em poemas marcantes que estão presentes no livro ‘Eros Uma Vez’. A tarde de autógrafos, em Baependi, foi um momento onde Eliana pode reencontrar amigos, familiares e fãs que já amam seus poemas tão expressivos.