“NÃO SE PRESERVA A MEMÓRIA DE UM POVO

SEM O REGISTRO DE SUA HISTÓRIA”

A Prefeitura de Pouso Alegre, por meio da secretaria de Planejamento e Meio Ambiente de Pouso Alegre, em conjunto com a secretaria de Educação, promoveu uma excursão para os alunos vencedores do concurso de redação sobre a relevância dos povos indígenas na preservação ambiental, ocorrida na sexta-feira (03).

O prefeito Coronel Dimas enfatiza que “compreendemos a grande importância das viagens intergeracionais, que não apenas enriquecem o aprendizado de nossos alunos, mas também proporcionam oportunidades para os profissionais que os acompanham. Ao desmistificar a cultura dos povos indígenas, podemos melhor auxiliá-los ao compreender verdadeiramente quem são. Vamos trabalhar para promover mais dessas viagens, para que nossas crianças tenham a oportunidade de conhecê-los e aprender com eles.”

O concurso foi direcionado aos estudantes do 9º ano, e os 30 laureados pelas melhores composições sobre o tema foram agraciados com a oportunidade de visitar a aldeia indígena Xucuru Kariri, em Caldas.

Acompanhados pela equipe de Planejamento Urbano e Meio Ambiente e Educação, foram calorosamente recebidos pelo Cacique e participaram de atividades culturais.

Essa iniciativa tem como propósito fomentar o contato direto com a cultura indígena, incentivando o respeito e a valorização desses povos. Ademais, o concurso também enfatizou a alteração da nomenclatura do “Dia do Índio” para “Dia dos Povos Indígenas”, objetivando reconhecer a diversidade e singularidade dessas comunidades.

“Nós trouxemos uma representação das nossas escolas do município de Pouso Alegre, para conhecer um pouco da cultura indígena. Foi uma manhã relevante, prazerosa e cheia de alegria, fomos bem recebidos e é fenomenal, sem contar o quanto nossos alunos aprenderam e vão levar para a vida”, enfatiza a secretária de Educação, Suelene Marcondes.

Todos os presentes tiveram a oportunidade de presenciar o toré, um ritual compartilhado por diversas etnias, incluindo os Xucuru Kariri, que representa uma expressão cultural de profundo significado para os indígenas. A cerimônia envolve tradição, música, religiosidade e brincadeira, destacando uma dança circular acompanhada por cantos e instrumentos como maracás, zabumbas, gaitas, entre outros. Cada comunidade possui seu próprio e único Toré, apresentando variações de toadas, ritmos e expressões. Durante o ritual, são evocados os Encantados, entidades espirituais representadas fisicamente pelo Praiá, uma indumentária tradicional que preserva a identidade do dançarino, tornando-o o próprio Encantado ao vesti-la conforme os preceitos religiosos.

“Nossa aldeia sempre está de portas abertas para que as pessoas venham nos conhecer, por exemplo, vai se formar, vai estar à frente como líder às vezes, como político, diante de uma justiça, esse contato diretamente com a aldeia, faz entender o que é nossa cultura, a nação indígena e saber como realmente é e não acreditar em quem fala mentiras. Nós também temos felicidades e necessidades, só dentro da aldeia sabemos e lutamos contra muitas situações, mas cantamos nosso toré agradecendo, na tristeza ou na alegria”, destaca o Cacique da Aldeia Xucuru Kariri da Caldas, Jal.

Os alunos e as equipes foram convidados a participar do toré com os indígenas, além de terem a oportunidade de dialogar com eles, esclarecer dúvidas e aprofundar seu conhecimento sobre essa rica cultura ancestral. Após as apresentações e conversas, os alunos presentearam as crianças da aldeia com brinquedos levados por eles e pelas secretarias.

A empresa XCMG patrocinou a viagem dos alunos e profissionais da educação e planejamento urbano e meio ambiente ao povoado indígena.

Os Xucuru Kariri

Os Xucuru Kariri estabeleceram-se como a primeira aldeia indígena no Sul de Minas, enfrentando desafios culturais iniciais que foram superados ao longo do tempo por meio de uma troca mútua de saberes, resultando em ganhos culturais, tradicionais e religiosos para ambas as comunidades.

O atual líder, Cacique Jal, lidera uma comunidade de 160 indígenas, sendo filho do falecido Cacique Warkanã de Aruanã, José Sátiro do Nascimento, e trabalha em colaboração com sua mãe, Thyoxiãepue (Josefa), a Pajé da Aldeia.

A aldeia também conta com uma escola com quadra e uma unidade de saúde, além das moradias. Os alunos aprendem desde pequenos sobre os direitos indígenas, a língua portuguesa e dos Xucuru Kariri, dessa maneira eles frisam a importância dos direitos de cada um e também deveres, e trabalham a cultura em cada aluno, para que não seja esquecido a ancestralidade deles.

Fonte e fotos: Prefeitura de Pouso Alegre