“NÃO SE PRESERVA A MEMÓRIA DE UM POVO

SEM O REGISTRO DE SUA HISTÓRIA”

Vereadores votam nova mesa diretora, aprovam Plano de Custeio para previdência e votam moção de repudio

Na noite de segunda-feira (20) foi realizada na Câmara de Baependi a 24° Reunião Ordinária, onde foi eleita a nova mesa diretora para exercício no ano de 2022. Dentre outros assuntos tratados, os vereadores deram a palavra à presidente do IBSS, Edelaine Camargo de Castro, que pedia à Câmara que alterasse a legislação da previdência e também ouviram e votaram a moção de repúdio do vereador Júlio Cesar Junqueira dos Santos (Júlio Cezinha) ao prefeito Douglas Staduto Souza (Douglas da Caixa).

Logo no início da sessão, teve início a votação da nova mesa. Em uma urna, cada vereador depositou seu voto, “sim” ou “não”, e todos votaram “sim” para a única chapa candidata da noite. Desta forma, os trabalhos da casa no ano de 2022 serão presididos por Luís Henrique Santos (Rick Santos), Raphael José Pereira Serva (Raphael Pepino) será o vice-presidente, Alexandre da Silva Vicente (Xandinho) será o primeiro secretário e José Maria do Nascimento (Zé Maria do Caminhão) como segundo secretário.

Após o momento de eleição, os vereadores deram a palavra a Edelaine Camargo de Castro, presidente do IBSS, que se dirigiu à tribuna para explicar aos vereadores e aos populares ali presentes, sobre a necessidade de uma alteração na Lei n° 2689/2007, que dispõe sobre o Plano de Custeio do regime próprio de previdência social do município de Baependi e dá outras providencias.

Edelaine afirmou ser necessária a mudança para que não corra o risco de os aposentados ficarem sem seus benefícios e que precisa de sustentabilidade para mantê-lo. O IBSS é o regime de aposentadoria do funcionário público do município. Questionada sobre a possibilidade de se unir ao INSS ou à prefeitura, Edelaine insistiu que sobrecarregaria as despesas da prefeitura, e finalizou com os dizeres de todos os funcionários do Instituto: “Queremos o respeito que nosso instituto, nossas vidas merecem, estamos unidos e dispostos a nos juntar a uma conversa para buscarmos alternativas e soluções para garantir a sustentabilidade de nosso instituto. Esse é o meu, é o nosso apelo, não vamos fazer como a maioria dos políticos que anteriormente já fizeram com raras exceções. Eles ignoraram o instituto, empurrando os problemas para o próximo gestor. Eles delegaram a vida do funcionário público a terceiro plano e dimensionaram cada vez mais os problemas. Então, hoje estou aqui, em meu nome e em nome de todos os funcionários para pedir: vamos nos unir, IBSS, funcionário, Executivo e Legislativo, em busca das melhores soluções para todos, sejamos diferentes, façamos a diferença. Nós funcionários públicos que realizamos o nosso trabalho com tanto afinco, nós merecemos isso, nós merecemos estar em primeiro plano, nossa aposentadoria, nosso instituto merece estar em primeiro plano”.

Os vereadores apoiaram a mudança na legislação com unanimidade e ressaltaram a importância de garantir o benefício dos aposentados e deram sequência à sessão, onde após votações, o vereador Júlio Cesar Junqueira do Santos (Júlio Cezinha) pediu a palavra para que fosse lida sua moção de repúdio, onde afirmou ter sido agredido pelo prefeito Douglas da Caixa quando estava no departamento de Obras solicitando caminhões de cascalho. Em nota lida na tribuna pelo secretário Adriano Spinelli, o vereador afirma: “Meu repúdio se refere a forma de que fui tratado no departamento de obras [..] quando fui ao local para solicitar que fosse enviado dois caminhões com cascalho na estrada de Olho d’Água na divisa de Baependi e Caxambu. No local constatei que havia ao menos 80 caminhões de cascalho, o que dá e sobra para melhorar as estradas rurais do município. Quando estava voltando em direção a saída do departamento fui abordado pelo funcionário Getúlio, que me agrediu verbalmente com palavras de baixo calão e me chamou para briga não respeitando minha pessoa e minha posição de agente político na função de fiscal na execução de serviços públicos.

“Com isso me apressei em sair do departamento, foi quando fecharam o portão e me encurralaram lá dentro e fizeram uma roda em volta de mim e me disseram barbaridades. Eu pedi para ir embora, mas me seguraram lá dentro, até que o prefeito chegasse juntamente com o vice-prefeito. Assim que o prefeito desceu do carro, disse a ele que respeitava sua autoridade, logo recebi um soco e um ponta pé que me jogou em cima das latas de lixo, e ele começou a me ofender com palavras baixas, mostrando assim seu verdadeiro caráter, de pessoa sem personalidade e rancorosa de coração ruim, egocêntrica, sem amor ao próximo, e provavelmente sozinho, mesmo estando com seus “puxa- saco” ao lado.

“Agora um vereador atuante não pode no seu exercício do seu múnus público cobrar uma atuação efetiva do Poder Executivo, procurando saber o motivo de suas indicações e requerimentos não estarem sendo cumpridos, ser tratado sem o mínimo de respeito e urbanidade.

“Deixo aqui a minha indignação pela má eficiência do serviço público municipal quanto a manutenção das estradas rurais, pela falta de educação, pelo baixo nível da pessoa do seu prefeito Douglas Staduto Souza que se diz tão estudado de Baependi.”

Após a leitura de sua moção pelo Secretário Adriano, Júlio Cesinha acrescentou pedindo aos vereadores na Casa, pela humilhação e vexame, que fossem a favor de sua moção. Logo em seguida, o vereador Fabinho da Ambulância pediu a palavra e subiu à tribuna rebatendo os argumentos do vereador Júlio Cezinha, dizendo que o vereador não poderia desacatar funcionários, e afirmou que estava se passando como vítima, ao final chamou a moção de repúdio de “moção de vitimismo”.

Após réplicas e tréplicas, o presidente Luís Henrique Santos pediu que os vereadores mantivessem o decoro e alguns dos vereadores, como Cleiton dos Santos Rosa e Alexandre da Silva Vicente, se manifestaram para pedir ao presidente a não obrigatoriedade da votação de moção de repúdio. Ao pedir que ficassem em pé, aqueles que fossem contrários à moção de repuído n° 24/2021, apenas os vereadores Fabio Maciel da Silva e Rodrigo Bortone Viotti Bernades se levantaram, sendo assim a moção foi aprovada por 6 votos a 2.

O presidente da Câmara, Luiz Henrique Santos, pediu aos vereadores para seguir diretamente para as considerações finais, onde como última reunião ordinária do ano, os vereadores fizeram seus agradecimentos e desejaram a todos presentes um ótimo final de ano.