Amei-te,
quando chegastes cansado,
a te ofereci meu leito…
quando sentistes frio,
e eu te aqueci com meus beijos,
quando quisestes amor,
e eu entreguei-te meu corpo…
Amei-te perdidamente,
quando tomastes meu corpo
ardente de desejos,
entre murmúrios, palavras e beijos
me transformastes em mulher
no mais sublime momento
de toda a minha existência!
Amei-te até a inconsciência,
quando depois do amor
nossos corpos unidos,
entrelaçados, nus e exaustos
adormeciam vencidos…
Amei-te como se fosses um deus,
até que um dia depois do amor,
me dissestes adeus…
Partistes!
Levastes contigo todo o meu mundo!
Odiar-te desejei então, mas não pude,
como odiar quem compartilhou comigo
do meu leito…
que sentindo frio,
se aqueceu com meus beijos…
que desejando amor,
possuiu meu corpo…
Partistes sim…
mas o fizestes sem egoísmo e preconceitos,
deixando aqui, em minhas entranhas,
um pedaço de ti próprio em forma de criança!