“NÃO SE PRESERVA A MEMÓRIA DE UM POVO

SEM O REGISTRO DE SUA HISTÓRIA”

Data celebra o fim da Revolução Constitucionalista

 Finalmente, no dia 2/10/1932, terminou a Revolução Constitucionalista, quando foi deposto o governo do Estado, chefiado por Pedro de Toledo e pelo coronel Herculano de Carvalho, comandante geral da polícia paulista, que assumiu o poder interinamente até a chegada das autoridades federais.

Entre as histórias sobre o conflito passadas de geração em geração, um espaço se repete: Túnel da Mantiqueira. Trata-se de uma conexão ferroviária, até hoje operante, entre Cruzeiro, São Paulo, e Passa Quatro, em Minas Gerais, e outras cidades mineiras. Durante os quatro meses de embate entre tropas paulistas e federais, o local foi um dos palcos mais violentos da guerra.

De um lado, armas e apoio logístico do governo federal; de outro, matracas que emulavam barulho de metralhadora. Por quatro meses, soldados mineiros e paulistas resistiram, sobrevivendo e outros vindo a falecer.

Em 2 de outubro, o armistício que cessou o conflito foi assinado no próprio município de Cruzeiro, mais precisamente na Escola Arnolfo Azevedo, no centro da cidade. O colégio, vale dizer, vinha servindo como quartel-general das forças de São Paulo.

A origem do nome do município é difusa. Diz-se que, naquelas terras, mais especificamente no alto da serra, havia um marco em formato de cruz que assinalava a divisa entre as províncias de São Paulo e Minas Gerais. Também é uma data comemorativa, onde Cruzeiro ressalta sua data de emancipação política.

Segundo a ex-presidente do Núcleo Capital Neco da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Luciana Vilela, paulistas e mineiros têm suas versões sobre a guerra. “‘A famosa Guerra do Café com Leite’, paulistas contam suas versões, mineiros as suas. Meus pais são café com leite, é difícil defender cada Estado, pois o triste dessa Guerra é saber o número de pessoas que entraram e que morreram. Cada família condecorada tem uma história. Em vários anos, no dia 02 de outubro, Minas é exaltada no Comando Geral da Polícia Militar de São Paulo, bem como Rio Grande do Sul, em solenidades, onde se recordam o fato histórico. Pessoas da sociedade são condecoradas com medalhas e colares, símbolos das honrarias estendidas aos Pracinhas, os soldados de epopeia de 32, em atos cívicos como Mérito a serviços prestados pela divulgação referentes a esses acontecimentos pelo Brasil e suas passagens políticas. Hoje, levo São Paulo no meu coração, onde nasci e vivi, e agora minha segunda terra, Minas Gerais”.

Por Luciana Vilela