Em 29 de novembro de 2017, o Papa Francisco chegava a Mianmar para uma visita que tinha como principal objetivo reafirmar a fé e oferecer apoio à população de um país que, após quase 60 anos de ditadura militar, tentava gradualmente deixar para trás esse período conturbado e avançar em direção à democracia. Durante sua estadia, o Pontífice se encontrou com fiéis, líderes religiosos e autoridades do país, em um evento de grande significado inter-religioso e diplomático.
As 16 dioceses do país se mobilizaram para receber o Papa, e uma grande multidão de fiéis se fez presente na única missa pública em Yangun, comovendo Francisco pela devoção e fé da população local. O encontro com os bispos e o vibrante momento com os jovens também marcaram profundamente a visita.
A Mianmar de maioria budista teve uma conotação inter-religiosa importante, com o Papa Francisco se encontrando com 17 líderes religiosos, em evento extraoficial, para ressaltar a “unidade na diversidade”. Em uma reunião com o Conselho Supremo dos monges, o Papa reforçou a importância da colaboração e respeito mútuo entre as diferentes crenças no país.
A visita também teve um componente diplomático importante. O Papa foi surpreendido pela visita inesperada do general Min Aung Hlaing, chefe das Forças Armadas, que alterou o cronograma da visita para antecipar seu encontro com o Pontífice, que originalmente estava marcado para o dia 30 de novembro. Com a Conselheira de Estado, Aung San Suu Kyi, Francisco expressou seu apoio ao processo de transição política e reconciliação no país, reforçando a necessidade de respeito entre todas as etnias de Mianmar, justamente em um momento de crescente pressão interna e externa sobre a líder histórica.
Outro tema abordado durante a visita foi o respeito pelo meio ambiente, com o Papa destacando as riquezas naturais do país, que são frequentemente fontes de conflito, devastação e sofrimento para a população. “O futuro de Mianmar é a paz”, afirmou o Pontífice, destacando a necessidade urgente de reconciliação e resolução pacífica dos conflitos.
Infelizmente, desde aquela visita, a situação em Mianmar se agravou. Francisco tem repetido, em seus apelos públicos, o nome do país, clamando pelo fim da violência e pela restauração da paz e estabilidade.
Com as informações e fotos do Vatican News