quinta-feira, 28 de novembro de 2024
“NÃO SE PRESERVA A MEMÓRIA DE UM POVO
SEM O REGISTRO DE SUA HISTÓRIA.”

A etapa final do Fórum Técnico Minas Gerais pela Ciência – Por Um Desenvolvimento Inclusivo e Sustentável foi encerrada no início de quarta-feira (27/11/24) com uma entrega simbólica das propostas aprovadas para o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputado Tadeu Leite (MDB).

Desde segunda-feira (25/11), os participantes se reuniram na ALMG para analisar e priorizar propostas feitas nos encontros regionais do evento. O objetivo principal do fórum é a construção de um Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação.

O presidente da Assembleia parabenizou os participantes do fórum e garantiu prioridade para as propostas apresentadas durante o evento. “Esse relatório, esse levantamento e as ideias que vamos receber terão prioridade total aqui dentro da Casa para que a gente possa, se Deus quiser, reforçar essa pauta não só no Estado de Minas Gerais, mas também para que o Estado possa dar um grande recado para todo o País”, afirmou Tadeu Leite.

A deputada Beatriz Cerqueira (PT), que preside a Comissão de Educação Ciência e Tecnologia da ALMG, concluiu os trabalhos destacando a responsabilidade que cabe aos 39 representantes eleitos ao final do evento para compor o Comitê de Representação para acompanhar os desdobramentos das propostas.

“Esse trabalho tem sequência depois de hoje. Muitas instituições se reuniram e a gente construiu muita coisa. Cada um de vocês está em um lugar que constrói ciência, pesquisa, tecnologia e inovação, e nós temos o desafio gigantesco de dar continuidade a essa pauta”, declarou a deputada.

A tecnologia a serviço da sociedade

Na abertura da plenária final, vários representantes também destacaram a riqueza das discussões promovidas ao longo da etapa final do fórum. Integrantes dos quatro grupos de trabalho fizeram um balanço das deliberações.

Questões ambientais e sociais que devem permear o plano foram destacadas pelos representantes dos grupos de trabalho. “A grande pergunta é: tecnologia para quem e para quê?”, resumiu Rosemeire Aparecida, vereadora de Lavras (Sul de Minas) e relatora do grupo de trabalho “Cidades inteligentes, sustentáveis e criativas”. Das 25 propostas analisadas pelo grupo, 19 foram destacadas e muitas delas aperfeiçoadas ao longo do debate. Seis propostas novas foram apresentadas.

O grupo representado por Rosemeire Aparecida apontou a necessidade de o plano tratar de “políticas públicas adaptativas”, ou seja, que evoluem ao longo do tempo para responderem às novas realidades. O envelhecimento da população, por exemplo, deve ser levado em conta e gerar mudanças nas políticas já instituídas.

Por sua vez, a representante do grupo de trabalho “Desenvolvimento Social e Qualidade de Vida”, Fernanda Luíza Neves, também tratou da necessidade de desenvolver ciência e tecnologia com foco nas pessoas. Ela, que é graduanda em ciências do estado na UFMG, negra, filha de uma empregada doméstica e de um balconista de farmácia, falou sobre inclusão.

Fernanda Neves emocionou os presentes contando sobre sua vida com Síndrome de Marfan, uma condição rara que afeta coração, ossos e visão. “A ciência não só me pertence, como precisa de mim”, refletiu, ao falar sobre a urgência de se garantir a participação de pessoas usualmente invisibilizadas na construção da ciência e da política. “Resistir não deveria ser a única forma de existir”, concluiu ela, emocionada e muito aplaudida.

O deputado Leleco Pimentel (PT) elogiou o engajamento dos participantes e afirmou que a tecnologia, para melhorar as vidas das pessoas, não pode ser subserviente à economia. Por isso, a participação ampla e popular na formulação de políticas públicas é, para ele, essencial.

Atividades aperfeiçoam propostas para a plenária final

O relator do grupo de trabalho “Estrutura da Política de Ciência, Tecnologia e Inovação”, Marlon Toledo, contou que o grupo recebeu 33 propostas, desenvolvidas nos encontros regionais, para o debate. Dessas, três foram suprimidas e 14 novas propostas foram apresentadas. Dessas últimas, 11 foram aprovadas.

Como resultado, o grupo apresentou para a plenária final um documento com 41 propostas. Entre as priorizadas, está a criação de estrutura de carreira para servidores dos Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs). De acordo com Marlon Toledo, pró-reitor de pós-graduação da Unimontes, a necessidade de investimentos nos NITs foi um dos pontos mais discutidos no grupo.

Também Karen Ribeiro Ferraz, relatora do grupo de trabalho “Natureza e Sociedade”, falou sobre o intenso trabalho ao longo da etapa final. Das 23 propostas recebidas pelo grupo, 17 passaram por destaques e foram modificadas. Ainda, 5 novas propostas foram adicionadas ao documento final, que conta com 28 propostas.

A participante salientou a importância de que o plano desenvolvido a partir do fórum seja efetivamente aplicado e guie as ações dos diferentes governos em Minas Gerais. Tendo isso em vista, ela lembrou que é dever do Parlamento fiscalizar e garantir que as propostas sejam efetivamente colocadas em prática.

Fonte e foto: Assembleia Legislativa de Minas Gerais

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