Em um dia de grande volatilidade, o mercado financeiro registrou importantes movimentações nesta sexta-feira (06). O dólar comercial teve uma forte alta e encerrou o dia vendido a R$ 6,071, com um acréscimo de R$ 0,06 (+1%), voltando a bater recordes nominais desde a criação do Plano Real. O índice Ibovespa, por sua vez, fechou em queda de 1,5%, abaixo dos 126 mil pontos, refletindo o clima de nervosismo tanto no mercado interno quanto no externo.
O dólar chegou a iniciar o pregão em baixa, chegando a ser negociado a R$ 5,99 por volta das 10h45, mas inverteu a tendência após a divulgação de dados surpreendentes sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos. A criação de 227 mil postos de trabalho fora do setor agrícola em novembro, superando as expectativas do mercado, teve um impacto imediato. Esse resultado representou uma recuperação significativa em relação ao mês anterior, quando apenas 36 mil vagas haviam sido abertas devido aos efeitos dos furacões Helene e Milton, além de uma grande greve nas fábricas da Boeing.
A surpresa com o dado de empregos nos Estados Unidos gerou um efeito global nos mercados, especialmente no câmbio. A aceleração na criação de postos de trabalho diminuiu as chances de um corte na taxa de juros pelo Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos EUA, o que foi um fator decisivo para a alta da moeda norte-americana. Desde setembro, o Fed havia realizado duas reduções na taxa de juros, de 0,5 ponto percentual e 0,25 ponto percentual, situando a taxa atual entre 4,5% e 4,75% ao ano.
No Brasil, o ambiente interno também contribuiu para o nervosismo no mercado. A tramitação das propostas do pacote de corte de gastos obrigatórios no Congresso segue como um ponto de tensão. A preocupação dos investidores é que o Congresso enfraqueça as medidas, especialmente ao retirar mudanças propostas no Benefício de Prestação Continuada (BPC), o que pode comprometer os esforços fiscais do governo.
Com o cenário global mais tenso e as incertezas internas, o dólar fechou a semana com alta acumulada de 1,02% e soma uma valorização de 25,1% no ano de 2024.
Com as informações da Agência Brasil
Foto: Valter Campanato / Agência Brasil