sábado, 19 de outubro de 2024
“NÃO SE PRESERVA A MEMÓRIA DE UM POVO
SEM O REGISTRO DE SUA HISTÓRIA.”

A Campanha Agosto Dourado é uma iniciativa global que estabelece o oitavo mês do como aquele para reforçar a importância do aleitamento materno. Em 2024, o tema da campanha é “Amamentação: apoie em todas as situações”, tendo a Semana Mundial de Amamentação celebrada nos primeiros dias do mês. O objetivo é incentivar o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de vida do bebê, e sua continuidade até pelo menos os 2 anos de idade.

O leite materno não apenas alimenta, como também ajuda a evitar doenças e até a morte. É o que explica Victor dos Reis Santiago, referência técnica da Rede Materno Infantil, da Unidade Regional de Saúde (URS) de Patos de Minas. “O leite materno impede diarreia e infecção respiratória; diminui o risco de alergias; reduz a chance de obesidade, colesterol alto e diabetes na vida adulta; oferece melhor nutrição; e contribui para o desenvolvimento cognitivo”, esclarece Vitor.

A coordenadora de atenção à saúde, da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Juiz de Fora, Thaís Soranço, enfatiza a importância desse momento do ano para valorizar o aleitamento. “O Agosto Dourado e a Semana Mundial da Amamentação são um convite à ação, um momento para celebrar a amamentação e mobilizar esforços para garantir que todas as mulheres e seus bebês tenham acesso à amamentação livre, plena e duradoura”, diz.

“Quando entendi o valor da amamentação, resolvi enfrentar os desafios e persistir, e sem dúvida foi a minha melhor escolha”, define a farmacêutica Liliane Vieira. Para ela, foi uma fase de renúncia e doação. “É dolorido no início, tem diversos desafios e falta de apoio, noite com sono picado”, conta.

Avanços e incentivos estaduais

Para incentivar e assegurar o direito às mulheres que amamentam durante a jornada profissional, Minas Gerais, em 2023, implementou a Lei nº 24.570, que permite a instalação de salas de apoio para que a mãe colete e armazene o leite produzido no local de trabalho. O espaço deve ser analisado por órgãos competentes para verificar se segue as diretrizes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Ministério da Saúde.

Segundo dados da Rede Global de Bancos de Leite Humano do Brasil (rBLH-BR), Minas Gerais possui, atualmente, 12 Bancos de Leite Humano (BLH) e 30 Postos de Coleta de Leite Humano (PCLH). O BLH mais recente entrou em funcionamento em abril do ano passado, no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG). Com essa estrutura, a instituição, que há 30 anos mantinha um PCLH, passou a pasteurizar e a armazenar o leite.

Há 10 anos havia somente 8 mil doadoras em média por ano. Dados da Rede de Bancos de Leite Humano (rBLH-BR) indicam que em 2023 já são mais de 13 mil mulheres mineiras que participam anualmente deste ato de amor. Também em 2023, foram doados cerca de 16,7 mil litros de leite, e cerca de 12,4 mil bebês mineiros foram beneficiados. No primeiro semestre de 2024, 6.193 mulheres doaram leite para 6.627 bebês prematuros internados nas Unidades de Terapia Intensiva do Estado.

Recursos e investimentos estaduais

A SES-MG repassou pouco mais de 1 milhão e cem mil reais, por meio de resolução do ano de 2019, destinados para o custeio de todos os BLH (Bancos de Leite Humano) e PCLH (Postos de Coleta de Leite Humano) cadastrados na rBLH-BR (Rede Global de Bancos de Leite Humano). No entanto, com o objetivo de aumentar as doações e garantir a humanização no atendimento das mães, Minas Gerais está investindo mais de R$ 1 milhão em 10 instituições de saúde para reforma e/ou construção, além de compra de equipamentos para ampliação de BLH e PCLH até o fim de 2024.

O Hospital Santa Casa de Misericórdia de Araguari, no Triângulo Mineiro, foi um dos estabelecimentos beneficiados com investimentos. Segundo a enfermeira Agnes Félix, há local reservado para a coleta e protocolos para a manutenção da qualidade. “As mães ao entrarem na sala, guardam seus pertences em armários para evitar contaminação”, explica. “Em seguida, vão para o ambiente de coleta, onde há três poltronas e três bombas elétricas para extração do leite”, diz a enfermeira. Além de contribuir para o aleitamento de recém-nascidos, prematuros e bebês de baixo peso, no espaço há uma televisão que orienta e inspira as mães para ampliar a rede de doadoras de leite humano.

 

Fonte: Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais

Foto: Анастасия Войтко

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