quinta-feira, 12 de dezembro de 2024
“NÃO SE PRESERVA A MEMÓRIA DE UM POVO
SEM O REGISTRO DE SUA HISTÓRIA.”

Em uma votação rápida, o plenário do Senado aprovou nesta terça-feira (10) os três novos diretores do Banco Central (BC) que assumirão seus cargos em janeiro de 2025. Com a aprovação, os indicados estarão aptos a participar da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para os dias 28 e 29 de janeiro.

A indicação de Nilton José Schneider para a Diretoria de Política Monetária foi aprovada por 50 votos a 3. Schneider ocupará a vaga atualmente comandada por Gabriel Galípolo, futuro presidente do Banco Central. Izabela Moreira Correa, indicada para a Diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, obteve 48 votos a favor e 3 contra. Já Gilneu Astolfi Vivan, indicado para a Diretoria de Regulação, foi aprovado com 53 votos favoráveis e 3 contrários.

Sabatina e compromisso com a política monetária

Na manhã de hoje, os três indicados foram previamente aprovados pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, após uma sabatina conjunta com os parlamentares. Durante a sabatina, todos os indicados se comprometeram com a continuidade da política de controle da inflação e com a estabilidade econômica do Brasil.

Nilton Schneider, futuro diretor de Política Monetária, destacou que o Brasil enfrenta “um momento desafiador”, enfatizando que o Banco Central deve manter um “olhar atento à política econômica”. Questionado sobre a possibilidade de intervenção do BC no câmbio, Schneider reconheceu que as reservas internacionais são “a primeira linha de defesa” do Brasil, mas observou que intervenções no mercado cambial, como a venda de reservas para reduzir a cotação do dólar, têm efeito apenas temporário.

“Não tenho a menor dúvida de que a intervenção do Banco Central altera temporariamente o preço do câmbio. Mas a minha experiência mostra que ela é apenas efêmera”, afirmou Schneider.

Perfil dos indicados

Nilton José Schneider é graduado em Engenharia de Produção pela Escola de Engenharia Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e possui uma vasta experiência no mercado financeiro. Ele atuou como chefe de Operações de Tesouraria no Bradesco e trabalhou em diversas instituições financeiras tanto no Brasil quanto no exterior.

Izabela Moreira Correa, atual secretária de Integridade Pública da Controladoria-Geral da União (CGU), substituirá Carolina de Assis Barros na Diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta. Correa é servidora do Banco Central desde 2006 e tem um extenso currículo acadêmico, com doutorado em Governo pela London School of Economics and Political Science (LSE), além de pós-doutorado na Universidade de Oxford. Ela também é graduada em Administração Pública pela Fundação João Pinheiro e mestre em Ciência Política pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Gilneu Astolfi Vivan, indicado para a Diretoria de Regulação, substituirá Otávio Damaso, cujo mandato termina no fim de 2024. Servidor de carreira do Banco Central desde 1994, Vivan atualmente ocupa o cargo de chefe do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro (Denor) da instituição. Sua trajetória inclui representações do Brasil em grupos internacionais, como o Grupo Analítico de Vulnerabilidades do Conselho de Estabilidade Financeira (FSB), ligado ao G20, que avalia ameaças ao sistema financeiro global.

Com a aprovação do Senado, os três novos diretores do Banco Central devem assumir os cargos no início de 2025 e estarão prontos para participar da primeira reunião do Comitê de Política Monetária do novo ano, marcada para o final de janeiro. A expectativa é de que suas experiências e compromissos com a estabilidade econômica do Brasil contribuam para o enfrentamento dos desafios econômicos do país nos próximos anos.

Com as informações da Agência Brasil

Foto: Leonardo Sá / Agência Senado

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