sábado, 23 de novembro de 2024
“NÃO SE PRESERVA A MEMÓRIA DE UM POVO
SEM O REGISTRO DE SUA HISTÓRIA.”

São Paulo continua a enfrentar uma severa crise de qualidade do ar, conforme o último boletim da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), divulgado às 14 horas desta terça-feira (10). A maioria das estações de monitoramento na Região Metropolitana da capital paulista aponta níveis de poluição considerados “ruins” ou piores, refletindo um cenário preocupante para a saúde pública.

Índices de Poluição

O boletim da CETESB revelou que das 22 estações de monitoramento na cidade, 14 indicam qualidade do ar como “ruim” e três estão classificadas como “muito ruim”. Cinco estações mostraram qualidade do ar “moderada”. Na tarde de ontem (9), a situação era ainda mais crítica, com 10 estações registrando qualidade do ar “muito ruim” e outras 10 apontando “ruim”. Apenas duas estações tinham índices de qualidade “moderada”.

A CETESB utiliza cinco categorias para classificar a qualidade do ar: boa (0 a 40), moderada (41 a 80), ruim (81-120), muito ruim (121-200) e péssima (acima de 200). A presença predominante de material particulado fino (MP2,5) é destacada como o principal poluente na região metropolitana. Com diâmetro de 2,5 micrômetros ou menos, esse poluente penetra profundamente no sistema respiratório e está associado a riscos aumentados de doenças cardíacas e pulmonares.

Áreas Mais Afetadas

Na tarde desta terça-feira, a região do bairro dos Pimentas, em Guarulhos, foi identificada como a área com pior qualidade do ar, com um índice de 138. Já na tarde de ontem, a região da Ponte dos Remédios, na Marginal do Tietê, apresentava o índice mais alto de poluição, com 163.

Previsão e Condições Meteorológicas

O boletim da CETESB também aponta que as condições meteorológicas nas próximas 24 horas continuarão desfavoráveis para a dispersão de poluentes. A presença de uma massa de ar quente, seco e estável provocará pouca nebulosidade e ventos variáveis, além de períodos de calmaria e inversão térmica durante a noite e madrugada. Isso manterá a qualidade do ar entre “moderada” e “ruim”, podendo até alcançar “muito ruim” em alguns pontos.

Recomendações e Medidas

Evangelina Araújo, diretora-executiva do Instituto do Ar e médica, destacou a necessidade urgente de medidas mais rígidas para combater os efeitos das queimadas na qualidade do ar. Ela sugere a redução da circulação de caminhões movidos a diesel, incentivo ao uso dos trens metropolitanos, suspensão das aulas escolares e paralisação de indústrias que emitem níveis elevados de partículas.

“A situação em São Paulo é crítica e já deveria ter gerado uma resposta mais robusta das autoridades. Na Europa, qualquer alteração na qualidade do ar aciona medidas de alerta. No Brasil, especialmente em São Paulo, a gravidade da situação exige ações imediatas para proteger as pessoas mais vulneráveis, como crianças, idosos e aqueles com problemas de saúde”, afirmou Araújo.

Cuidados para a População

Diante das condições adversas, a recomendação é que a população adote medidas de proteção. É aconselhável beber muita água, manter portas e janelas fechadas para evitar a entrada de poluição, utilizar ventiladores e colocar toalhas molhadas nos ambientes para aumentar a umidade.

A CETESB e outras autoridades continuarão a monitorar a situação e a fornecer atualizações conforme necessário. A população é encorajada a seguir as orientações de saúde e segurança para minimizar os impactos negativos dessa crise de qualidade do ar.

Fonte e foto: Agência Brasil

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