sexta-feira, 18 de outubro de 2024
“NÃO SE PRESERVA A MEMÓRIA DE UM POVO
SEM O REGISTRO DE SUA HISTÓRIA.”

Nessa quarta-feira (16), a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) prendeu temporariamente sete homens, com idades entre 22 e 36 anos, durante a operação Impacto, que tem por objetivo desarticular duas organizações criminosas envolvidas com o tráfico de drogas e homicídios na região Norte de Belo Horizonte.

As prisões estão relacionadas ao assassinato de um adolescente de 17 anos, ocorrido em março de 2022, na Vila Aeroporto, durante um conflito entre gangues rivais.

Fatalidade

O jovem, que conduzia uma motocicleta emprestada no dia do crime, foi alvejado por vários disparos de arma de fogo enquanto trafegava pela via pública. Conforme revelaram as investigações da Delegacia Especializada de Homicídios de Venda Nova, o ataque foi organizado por três homens que o perseguiam em um automóvel.

Após ser atingido pelos tiros, o adolescente perdeu o controle da moto e colidiu contra um veículo estacionado. De acordo com as investigações, o homicídio foi motivado por retaliação a um duplo assassinato ocorrido dias antes, no bairro Aarão Reis, com possível participação do adolescente e de um primo dele.

Impacto

A operação Impacto contou com o empenho de 39 policiais civis do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e de 14 policiais penais, que cumpriram oito mandados de busca e apreensão. As buscas ocorreram em domicílios e celas prisionais, uma vez que dois dos investigados continuavam a comandar atividades criminosas de dentro dos presídios.

De acordo com o delegado Adriano de Mattos, chefe da Divisão Especializada em Investigação de Crimes Contra a Vida, o objetivo da ação policial foi desarticular organizações criminosas que “não só praticavam o tráfico de drogas e homicídios, mas também pretendiam consolidar um poder ilegítimo em suas respectivas regiões”.

Ciclo de violência

A delegada Ariadne Elloise Coelho, responsável pela investigação, destacou que, além da necessidade de reunir provas para a ação penal, a operação foi essencial para prevenir novos crimes violentos. “Apesar de estarmos investigando um crime de 2022, nossas equipes descobriram atividades criminosas recentes, incluindo homicídios já consumados e planejados”, adiantou.

A delegada também enfatizou a importância de atuar na retirada de jovens da criminalidade. “Quando falamos de vítimas tão jovens, estamos falando da urgência de envolvermos a sociedade em uma solução que encare esse fenômeno de violência, manifestado em um ciclo de retaliação nas atividades dessas gangues”, afirmou.

Provas

As apurações revelaram trocas de mensagens entre membros das gangues, nas quais os participantes discutiam abertamente a comercialização de armas e se vangloriavam de homicídios executados, incluindo o do adolescente. Segundo a delegada Ariadne, a investigação identificou a área de atuação dos dois grupos, instalados nos bairros São Bernardo e São Tomás. “Há uma curiosa troca de respeito e regras entre eles nessas mensagens, mas, ao mesmo tempo, mortes violentas e constantes”, chamou a atenção.

Dos sete homens presos, dois já estavam detidos por outros crimes e continuarão cumprindo suas penas. A operação segue com a análise de provas e poderá levar a novas prisões nos próximos dias.

“A Polícia Civil reafirma seu compromisso de combater o crime organizado e garantir a segurança da população, atuando de forma estratégica e integrada para evitar novos episódios de violência entre grupos criminosos em Belo Horizonte”, concluiu Adriano de Mattos.

 

Fonte e foto: PCMG

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