quarta-feira, 4 de dezembro de 2024
“NÃO SE PRESERVA A MEMÓRIA DE UM POVO
SEM O REGISTRO DE SUA HISTÓRIA.”

Nesta terça-feira (03), a Polícia Civil e a Polícia Militar do Rio de Janeiro realizaram uma nova fase da Operação Torniquete, que culminou na prisão de 13 pessoas no Complexo da Penha, na zona norte da capital fluminense. O objetivo principal da operação era desarticular traficantes ligados a roubos de cargas e veículos, atividades que financiam a organização criminosa Comando Vermelho, que atua na região.

A operação envolveu cerca de 900 agentes de segurança e contou com a participação de diversas forças de segurança, incluindo o Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Durante as ações, foram cumpridos 114 mandados de busca e apreensão em locais ligados à facção criminosa.

A operação teve impactos significativos nos serviços públicos locais, com o fechamento de escolas e postos de saúde, além da interrupção de algumas linhas de ônibus. A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) expressou preocupação com os prejuízos ao cotidiano dos moradores das comunidades afetadas, especialmente no Complexo da Penha, onde a operação foi concentrada.

Balanço da operação

De acordo com a nota divulgada pelas secretarias de Polícia Civil e de Polícia Militar, a operação resultou em:

– 13 pessoas presas;

– 23 veículos recuperados;

– Mais de 1 tonelada de drogas apreendida;

– A descoberta de uma central de crimes financeiros e um local de refino de drogas;

– Apreensão de peças de fuzis desmontados, carregadores, roupas táticas, celulares e anotações do tráfico.

Além disso, as autoridades revelaram que, durante o confronto, um criminoso foi ferido e levado a um hospital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Pelo menos seis pessoas ficaram feridas durante os tiroteios ocorridos no decorrer da operação, entre elas uma jovem de 22 anos que foi atingida nas costas enquanto aguardava um ônibus. Ela passou por uma cirurgia de emergência no Hospital Estadual Getúlio Vargas e segue em estado grave. Um aposentado e um ajudante de pedreiro também foram baleados, mas já receberam alta médica.

Conexões com roubos de cargas e veículos

De acordo com as investigações, o Complexo da Penha se consolidou como base operacional do Comando Vermelho, sendo responsável por uma série de roubos de veículos e de cargas, que financiam as atividades da facção. O dinheiro arrecadado com esses crimes é utilizado para a compra de armamento, munição e até o pagamento de uma “mesada” para os parentes de criminosos presos. Além disso, os líderes do Comando Vermelho no Complexo da Penha estariam por trás de ordens de ataques a facções rivais, com o objetivo de expandir seu controle sobre o território.

A operação também revelou que lideranças criminosas de outros estados, como Pará e Ceará, têm se deslocado para o Rio de Janeiro, com muitas delas se escondendo no Complexo da Penha. As investigações apontam que essas migrações têm fortalecido a atuação da facção no estado fluminense.

A Operação Torniquete já passou por diversas fases, incluindo ações na Baixada Fluminense e em outros estados, e segue sendo um esforço contínuo das autoridades para combater o tráfico de drogas e a violência no Rio de Janeiro.

Com as informações da Agência Brasil

Foto: PMERJ / X

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