quarta-feira, 4 de dezembro de 2024
“NÃO SE PRESERVA A MEMÓRIA DE UM POVO
SEM O REGISTRO DE SUA HISTÓRIA.”

O Ministério da Igualdade Racial (MIR) encerra novembro, o mês da Consciência Negra, com uma iniciativa para aprimorar o acolhimento das demandas da população e fortalecer o enfrentamento ao racismo no País. A Ouvidoria do MIR promoveu, em parceria com a Ouvidoria-Geral da União, um curso que formou multiplicadores em educação étnico-racial e protocolo de acolhimento e tratamento de denúncias de racismo para ouvidorias.

Fábio Bruni, ouvidor do MIR, acredita que o projeto foi uma oportunidade para pautar a importância do atendimento qualificado a casos de racismo pelas ouvidorias públicas e centros de referência de igualdade racial. “Nosso encontro uniu pessoas com conhecimento técnico e compromisso político para enfrentar o racismo de forma profissional e humanizada”.

Para a ouvidora-geral da União, Ariana Frances, a parceria é fruto de um diagnóstico do quanto ainda precisa ser alcançado. “Ainda é preciso que tenhamos capacitação para que as unidades de ouvidoria e suas equipes possam atender bem as demandas, com acolhimento e tratamento adequados”, opinou.

Além de capacitar profissionais de Ouvidorias e Centros de Promoção da Igualdade Racial em práticas antirracistas, o curso buscou garantir uma abordagem eficiente, humanizada e sensível no tratamento de denúncias de racismo. Participantes de diversas regiões do país tiveram acesso a aulas expositivas, discussões em grupo, estudos de caso e oficinas práticas, promovendo um espaço para a troca de experiências e a construção coletiva de conhecimento.

Comprometimento institucional

A presença de secretários e diretores do MIR durante o evento evidenciou o comprometimento de todo o Ministério com a formação de agentes públicos receptivos às demandas da sociedade.

Para o Secretário Cledisson Santos, a integração entre as ouvidorias e o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir) é fundamental para criar políticas públicas efetivas. “É essencial que as ouvidorias se integrem aos órgãos do sistema, fortalecendo as redes locais e estaduais de enfrentamento ao racismo. Essa articulação é vital para o compartilhamento de boas práticas entre municípios e estados”, destacou.

Para Marcilene Garcia, chefe da Assessoria de Participação Social e Diversidade do MIR, a formação é uma estratégia essencial para garantir os direitos da sociedade civil “e foi muito importante para fortalecer a rede de atendimento aos casos de racismo”. Já a diretora de Articulação Interfederativa, Isadora Bispo, enfatizou a importância do Sinapir como ferramenta de transformação social. ” Temos a oportunidade de consolidar uma rede nacional de combate ao racismo por meio do Sistema, que é também um compromisso ético com a construção de um Brasil mais justo e igualitário”, afirmou.

O curso também foi um espaço para ampliar a visão sobre os desafios enfrentados por grupos historicamente discriminados. “Um grande desafio é construir uma agenda positiva sobre o nosso público, como povos de terreiro, quilombolas e ciganos”, afirmou a diretora Luzi Borges, evidenciando a relevância do diálogo promovido durante a formação.

Recepção

Os participantes elogiaram a metodologia e a qualidade da capacitação. “O curso sem dúvidas contribuiu muito para potencializar o meu letramento racial. As ferramentas interativas me mantiveram atraído e conectado durante todo o curso”, disse Danillo Souza, Diretor Municipal de Comunidades e Povos Tradicionais de Porto Seguro, Bahia.

Luanny Faustino, sócia da empresa Tree Diversidade, empresa executora do projeto, destacou o marco que a iniciativa representa para ações antirracistas dentro de instituições públicas do país. “Foram dias intensos e compensadores onde construímos de forma colaborativa os caminhos para enfrentamento dos desafios étnico-raciais que vivemos hoje em dia”, afirmou. Ela expressou ainda a certeza de que as pessoas participantes saíram engajadas a executar suas funções com empenho e de forma antirracista.

A ouvidora da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Ana Paula Rosa, considera que a didática foi um diferencial. “O conteúdo abordou de forma clara temas importantes e a didática da facilitadora, deixou muito fácil o entendimento. Sua dedicação foi evidente, estava disponível para esclarecer as nossas dúvidas”, ponderou.

Já a coordenadora-geral do Disque Direitos Humanos, da Ouvidoria do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, Franciele Cunha, trabalha em uma central de atendimentos a denúncias. “Precisamos estar alinhados com as questões étnico-raciais pois é um grupo já vulnerável por conta das denúncias de racismo e desigualdade racial”, colocou.

Fonte: Agência Gov / Via MIR

Foto: Beatriz Pedroso / Tree

Compartilhe:
Exit mobile version