sábado, 19 de outubro de 2024
“NÃO SE PRESERVA A MEMÓRIA DE UM POVO
SEM O REGISTRO DE SUA HISTÓRIA.”

O linfoma é um dos dez tipos de câncer mais comuns no Brasil, com estimativas apontando para 15.120 novos casos em 2024. Esta condição, que afeta o sistema linfático, pode progredir rapidamente se não for tratada, levando a sintomas como febre inexplicável no final do dia, suor noturno e perda de peso abrupta. A campanha Agosto Verde-Claro, promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), busca aumentar a conscientização sobre o linfoma e destacar a importância do diagnóstico precoce para melhorar as chances de recuperação e cura.

A principal indicação de alerta inicial é o aparecimento de nódulos indolores em áreas como pescoço, virilhas e axilas. Estes caroços, se não estiverem associados a infecções locais, podem ser sinais de linfoma. A hematologista da Oncologia D’Or, Renata Lyrio, explica: “Se o paciente tem um nódulo e não apresenta sintomas de infecção, é essencial procurar um oncologista. O crescimento espontâneo e progressivo dos linfonodos, combinado com febre e perda de peso, são sinais que não devem ser ignorados. ”

Nos últimos anos, os avanços no tratamento dos linfomas têm sido significativos. Um exemplo recente é a aprovação do Epcoritamabe pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Este anticorpo biespecífico é destinado ao tratamento de linfoma difuso de grandes células B recidivado ou refratário, uma forma agressiva de linfoma não Hodgkin que representa 30% dos casos. Os anticorpos biespecíficos, desenvolvidos através de engenharia genética, têm a capacidade de direcionar células T do sistema imunológico diretamente para as células tumorais, melhorando a eficácia do tratamento. A expectativa é que, em breve, essa terapia seja autorizada para estágios mais precoces e para outros tipos de linfoma, como o linfoma folicular e o linfoma do manto.

Os linfomas são classificados em dois grupos principais: linfoma de Hodgkin e linfoma não Hodgkin. O linfoma de Hodgkin representa cerca de 20% dos casos e tem um bom prognóstico, com altas taxas de cura, afetando principalmente adolescentes e idosos. Já o linfoma não Hodgkin engloba uma variedade de 50 neoplasias diferentes e é mais frequente em pessoas mais velhas. Dentre os linfomas não Hodgkin, 85% afetam as células B, responsáveis pela produção de anticorpos, enquanto 15% afetam as células T, que desempenham papéis cruciais no sistema imunológico.

Os linfomas também se dividem em agressivos e indolentes. Os agressivos crescem rapidamente e requerem tratamento urgente, enquanto os indolentes se desenvolvem lentamente e, embora não exijam tratamento imediato, precisam de acompanhamento constante por um hematologista. As opções terapêuticas incluem quimioterapia, imunoterapia, terapia-alvo, radioterapia, transplante de células-tronco, cirurgia e a terapia celular CAR-T, que utiliza células T modificadas geneticamente para combater o câncer.

A conscientização sobre os sinais do linfoma e os avanços no tratamento são cruciais para melhorar os resultados para os pacientes. A campanha Agosto Verde-Claro destaca a importância do diagnóstico precoce e da busca por orientação médica adequada para lidar com a doença de forma eficaz.

Fonte e foto: Agência Brasil

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