sexta-feira, 22 de novembro de 2024
“NÃO SE PRESERVA A MEMÓRIA DE UM POVO
SEM O REGISTRO DE SUA HISTÓRIA.”

Em entrevista ao Canal Gov, Nísia Trindade detalhou o trabalho da vigilância da qualidade do ar e da água e citou orientações para o cuidado da população diante das consequências da fumaça

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, disse, na quarta-feira (25/9), que a Força Nacional do SUS está a postos para apoiar estados e municípios atingidos pelas queimadas no reforço das Equipes de Saúde da Família e nas unidades básicas de saúde. Segundo ela, se for preciso, a Força vai também atuar em caso de esgotamento de leitos – cenário ainda não manifestado em nenhum lugar. A afirmação foi feita em entrevista ao programa “Bom Dia, Ministra”, produzido pelo Canal Gov .

“Consideramos que, por mais dados que nós tenhamos, é importante fazer as visitas locais. Por isso, a Força Nacional foi, por exemplo, ao estado do Acre para ver in loco as necessidades. Identificamos, a partir dessa relação com as equipes de saúde, com as secretarias municipais de saúde e secretaria de Saúde do estado, as principais necessidades. E foi apontada a necessidade de envio de alguns medicamentos e insumos”, disse.

Nísia Trindade aproveitou a oportunidade para falar da vigilância do Ministério quanto à dificuldade de acesso à água diante da crise climática, citando como exemplo um dos estados mais atingidos, o Amazonas. “Cada vez mais as emergências em saúde e climática são mais frequentes e temos de avançar em medidas para atuar nessa situação. A grande preocupação, no caso do Amazonas, além da qualidade do ar, é o acesso à água, além da questão da mobilidade das equipes de saúde”, pontuou.

Nesta semana, o secretário de Atenção Especializada à Saúde , Adriano Massuda, voltou a afirmar que mitigar os efeitos das queimadas é “prioridade”. Cerca de 10% dos municípios amazonenses estão isolados, como Benjamin Constant, onde não é mais possível a remoção de pacientes por via fluvial — a única forma de acesso à cidade.

Na entrevista, a ministra frisou que há recursos adicionais prontos para serem liberados para este apoio, a partir da solicitação e oferecimento de plano de ação por parte dos gestores dos territórios atingidos. Também lembrou que, ainda em junho deste ano, o Ministério da Saúde instituiu uma sala de situação dedicada a essa questão das queimadas. Nísia também orientou a população a se proteger das fumaças, evitando atividades físicas em locais abertos, a se hidratar constantemente diante do tempo seco.

Plano de ação contra a dengue

O “Bom Dia, Ministra” é um programa onde comunicadores de todo o país têm a oportunidade de fazer perguntas à ministra ou ao ministro de Estado convidado para o programa. Na oportunidade, a titular da pasta da Saúde também tirou dúvidas dos entrevistadores em relação ao plano de ação para diminuir os números de casos e óbitos por dengue e outras arboviroses no próximo período sazonal no Brasil.

O programa trabalha em 6 eixos de atuação com foco para implementação no segundo semestre do ano – quando todas as condições climáticas são favoráveis ao aumento de casos. Na entrevista, a ministra deu atenção especial a um dos eixos principais de atuação do plano: a prevenção.

“Este plano parte de ações iniciais de prevenção. Ao lado disso, o papel fundamental dos agentes de endemias e ações nas prefeituras de cuidado com a limpeza urbana. Além disso, há o uso de tecnologias adequadas e sustentáveis para também contribuir nesse processo de controle da transmissão”, explicou a ministra.

Trindade reforçou que só é possível enfrentar adequadamente a dengue com a mobilização da sociedade. E que o Brasil tem como uma das estratégias a vacinação contra a doença, mas que está ainda não é uma ação prioritária dada a capacidade de oferecimento de doses, que ainda é muito baixa por parte dos fabricantes.

“A vacinação não é a principal estratégia e não será em nenhum lugar do mundo hoje. O Brasil é o único país do mundo que incorporou a vacina da dengue no calendário de vacinação em áreas específicas e faixa etária específica, seguindo orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS). Dentro do público [alvo], estamos realizando a busca ativa para que se complete a segunda dose para os adolescentes. Há um trabalho intenso e contamos com o trabalho das escolas neste sentido”, disse.

Vacinação contra a poliomielite

No bate-papo, a ministra também esclareceu à população como deve ficar o novo esquema vacinal contra a poliomielite. O Ministério da Saúde vai substituir as duas doses de reforço com vacina oral poliomielite bivalente (VOPb), conhecida como gotinha, por uma dose de vacina inativada poliomielite (VIP) que é injetável, de modo que o esquema vacinal contra a doença será exclusivo com VIP. A mudança se dará até o dia 4 de novembro.

Reforma tributária e agenda internacional

Nísia também conversou com os radialistas sobre questões econômicas, em especial o debate sobre a reforma tributária que está em tramitação no Congresso Nacional. Segundo ela, os investimentos no setor de saúde são fundamentais para a economia do Brasil e precisam ser mais mencionados.

“No caso da tributação de produtos nocivos à saúde, o Brasil segue a melhor tendência do mundo que mostra que, por exemplo, o tabagismo tem um impacto direto na saúde, levando a internações, mortes, problemas respiratórios graves. Portanto, taxar esses produtos que fazem mal à saúde é fundamental”, frisou.

“O segundo aspecto é a questão da isenção de produtos como vacinas e medicamentos que fazem parte da nossa produção nacional para o SUS . Não é possível pensar na autonomia do país no caso de vacinas e medicamentos sem esse tipo de incentivo tributário, já que ele permite a sustentação do setor e os melhores resultados para o Brasil alcançar dentro da nova política de industrialização, que tem a saúde como uma das suas missões importantes”, acrescentou.

G20

Nísia concluiu explicando que o Brasil, enquanto líder de momento do Grupo dos 20 (G20), tem como objetivo estabelecer uma aliança para produção regional de insumos e vacinas, como forma de preparar, especialmente os países em desenvolvimento, para eventuais futuras pandemias.

Fonte Agência Gov.

Foto Diego Campos/Secom/PR

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