quarta-feira, 6 de novembro de 2024
“NÃO SE PRESERVA A MEMÓRIA DE UM POVO
SEM O REGISTRO DE SUA HISTÓRIA.”

Um caso de desclassificação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) tem gerado indignação nas redes sociais. Um adolescente de 17 anos foi eliminado da prova realizada neste domingo, 3 de novembro, em Sobradinho, no Rio Grande do Sul, após o alarme de seu sensor de glicemia disparar durante o exame. O incidente foi compartilhado por seu pai, Rudnei Noro, em uma postagem nas redes sociais, gerando um grande debate sobre a inclusão de pessoas com diabetes no processo seletivo.

O adolescente, que possui diabetes tipo 1, utiliza um sensor de glicemia conectado ao celular, um dispositivo que monitora em tempo real os níveis de açúcar no sangue e emite um alerta sonoro sempre que esses níveis fogem da normalidade. No momento da prova, o celular estava sob a supervisão de um fiscal, mas o sensor disparou um único alarme, sinalizando uma alteração nos níveis glicêmicos do jovem.

Apesar de o alarme ter sido acionado uma única vez, a situação foi suficiente para que o estudante fosse retirado da sala e desclassificado da prova por “perturbar os demais alunos”, conforme relato do pai. O adolescente foi forçado a assinar uma ata e deixar a escola onde realizava o exame.

O caso se tornou ainda mais controverso porque, segundo Rudnei Noro, seu filho havia informado previamente sobre a condição de saúde durante o processo de inscrição para o Enem. No entanto, ele foi informado de que a diabetes tipo 1 não estava incluída na lista de doenças que justificam atendimento especial. O adolescente, portanto, fez a prova na mesma sala que os outros candidatos, sem a adaptação necessária para o monitoramento de sua saúde durante o exame.

Ele também destacou o fato de que o episódio ocorreu no mês de conscientização sobre a diabetes, o que, segundo ele, torna a situação ainda mais emblemática.

O episódio gerou uma série de discussões nas redes sociais sobre a inclusão de pessoas com condições de saúde como a diabetes no Enem e outros processos seletivos. Muitos internautas se solidarizaram com a família e criticaram a falta de adaptação adequada para candidatos com necessidades especiais de saúde. A situação trouxe à tona a importância de revisar as normas e práticas do exame, garantindo que candidatos com diabetes tipo 1, que precisam de acompanhamento constante da glicemia, não sejam prejudicados em sua jornada educacional.

A situação também chamou a atenção para a necessidade de uma maior conscientização sobre as necessidades de estudantes com doenças crônicas, especialmente em um exame tão importante para o futuro acadêmico dos jovens brasileiros.

Até o momento, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão responsável pela aplicação do Enem, não se manifestou oficialmente sobre o ocorrido. Entretanto, espera-se que o incidente traga à tona uma reflexão sobre a necessidade de ajustes nos protocolos do exame para garantir que todos os estudantes tenham as mesmas condições de participação, independentemente de suas condições de saúde.

Fonte: Redes sociais

Foto: Freepik

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