Com o objetivo de ampliar o acesso a vacinas para pessoas com condições clínicas especiais, o Governo de Minas Gerais destinou aproximadamente R$ 5,5 milhões à descentralização dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie). A ação, conduzida pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), integra a política de regionalização do Sistema Único de Saúde (SUS), fortalecendo a estrutura das unidades e aproximando o atendimento da população, conforme anunciado em 2024.
Inicialmente presentes apenas em Belo Horizonte, Juiz de Fora e Uberlândia até o ano de 2022, os Cries foram expandidos para outras oito regiões de saúde, totalizando 11 unidades em operação. A 12ª unidade encontra-se em processo de implantação em Três Corações. Esses centros, que funcionam em articulação com os municípios e com suporte técnico do estado, são voltados ao atendimento de indivíduos com maior risco de adoecimento, provenientes tanto da rede pública quanto privada. Entre 2024 e 2025, 18.889 pessoas foram atendidas nos centros especializados do estado.
Além da aplicação de imunizantes, os Cries investigam e monitoram possíveis eventos adversos pós-vacinação, garantindo segurança à população e apoio ao Programa Nacional de Imunizações (PNI). Os dados coletados auxiliam o Ministério da Saúde na análise de causalidades e avaliação de lotes de vacinas. O atendimento pode ocorrer de forma espontânea, por ordem de chegada, ou via encaminhamento médico com justificativa clínica, sempre seguindo os protocolos nacionais de saúde.
Casos como o da adolescente Ana Beatriz França, diagnosticada com doença de Crohn, evidenciam o impacto do atendimento humanizado oferecido nas unidades. Ela relata que o planejamento gradual das aplicações, aliado ao acolhimento da equipe, proporcionou maior segurança durante o tratamento. Sua mãe, Ana Paula França, também reconhece a importância da escuta e das orientações recebidas logo na primeira consulta. A gerente do Crie de Belo Horizonte, Tatianne Carvalho, enfatiza que cada esquema vacinal é adaptado à condição clínica do paciente, respeitando as diretrizes do Ministério da Saúde.
Outro avanço significativo é a digitalização das solicitações de vacinas, em andamento desde 2024. A medida contribui para acelerar o atendimento e tornar o serviço ainda mais acessível. As equipes também passam por capacitações contínuas para garantir atendimento técnico, ético e voltado às necessidades específicas de cada usuário.
Segundo o vice-governador Mateus Simões, investir nos Crie é reafirmar o compromisso com a regionalização do SUS e com a presença efetiva do Estado em todas as regiões. O subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-MG, Eduardo Prosdocimi, destaca que a vacinação de pessoas com condições clínicas específicas é uma ação que vai além da prevenção, promovendo inclusão e qualidade de vida.
A atuação dos Crie representa mais que uma oferta de serviço especializado: simboliza a consolidação de uma política pública voltada para a equidade, valorizando o cuidado centrado nas particularidades de cada indivíduo e garantindo dignidade para quem mais precisa.
Por Eduardo Souza
Com informações: Agência Minas
Foto: Carol Souza
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