Todo mundo carrega uma coleção de “verdades absolutas” aprendidas com os pais, nas conversas com amigos ou até nas salas de aula. Algumas resistem ao tempo como se fossem inquestionáveis. Outras, mesmo parecendo meio duvidosas, vão sendo repetidas — e assim nascem os mitos que atravessam gerações.
Mas e se a gente te dissesse que muito do que você acredita desde criança simplesmente não é verdade?
Graças à ciência, à história e à boa e velha internet (usada com critério, claro), algumas dessas falsas verdades finalmente começaram a cair.
A seguir, você confere mitos que enganaram o mundo inteiro — e talvez ainda enganem você.
1. “O dia tem 24 horas” — Tem não.
Na realidade, o tempo exato de rotação da Terra é 23 horas, 56 minutos e 4 segundos. Aqueles 24h que a gente aprende são uma média redonda, útil para o nosso dia a dia, mas não totalmente precisa.
2. “Água conduz eletricidade” — Nem sempre.
A água pura, 100% destilada, não conduz eletricidade. O que conduz são os sais e impurezas dissolvidos nela. Em outras palavras: é a sujeira que dá choque.
3. “Homens têm uma costela a menos que as mulheres” — Igualzinho.
Homens e mulheres têm exatamente 24 costelas. A ideia de que os homens teriam uma a menos veio de uma leitura literal da Bíblia e nunca teve base biológica.
4. “Sorvete piora dor de garganta” — Pelo contrário.
A dor de garganta é causada por infecções, e alimentos gelados podem até aliviar o incômodo. Só não exagere — sorvete não é remédio.
5. “Pasta de dente alivia queimadura” — Péssima ideia.
Pasta de dente pode causar irritação e infecção na pele ferida. O melhor socorro é água corrente e procurar ajuda médica, dependendo do caso.
6. “Dedos enrugam na água porque absorvem água” — Na verdade, é o cérebro.
O enrugamento é uma reação do sistema nervoso autônomo, e serve para aumentar a aderência dos dedos molhados. Não tem nada a ver com inchaço.
7. “Mosquito vive só 1 dia” — Nem de longe.
Algumas espécies vivem até dois meses. A confusão pode vir de insetos como as efêmeras, que realmente têm vida curtíssima, mas mosquito é mais duradouro do que parece.
8. “Usamos só 10% do cérebro” — Totalmente falso.
Esse é um dos maiores mitos da ciência popular. Usamos praticamente todas as áreas do cérebro, mesmo durante o sono. O cérebro é superativo — o tempo todo.
9. “Napoleão era baixinho” — Só para os padrões atuais.
Na sua época, 1,69 m era uma altura comum. A fama de “baixinho” surgiu por confusão entre unidades de medida francesas e britânicas.
10. “Morcegos são cegos” — São, mas só nos filmes.
Eles enxergam sim — e enxergam bem, inclusive no escuro. O sonar que usam serve como reforço, não substituto da visão.
11. “Walt Disney criou o Mickey sozinho” — Não foi bem assim.
Ele teve a ideia e a voz, mas o desenho original foi feito por Ub Iwerks, um animador genial dos estúdios Disney. Trabalho em equipe.
12. “A Muralha da China é visível do espaço” — Só com telescópio.
A olho nu, não dá pra ver não. E com ajuda de instrumentos, dá pra ver outras construções também. Ou seja, ela não é a única.
13. “Um raio não cai duas vezes no mesmo lugar” — Cai sim.
E frequentemente. O Empire State Building, por exemplo, leva dezenas de raios por ano. Física não tem superstição.
14. “’Elementar, meu caro Watson’ é de Sherlock Holmes” — Nunca foi.
A frase não aparece nos livros originais de Arthur Conan Doyle. Ela surgiu nas adaptações para cinema e rádio.
15. “Raspar ou cortar o cabelo fortalece os fios” — É só impressão.
O que determina a espessura do cabelo é genética, não lâmina. Raspar pode dar a sensação de que cresceu mais forte, mas não muda nada biologicamente.
16. “Não pode acordar um sonâmbulo” — Pode sim.
Ele pode acordar desorientado, mas não há risco comprovado. Melhor acordar do que deixá-lo sair andando por aí em sono profundo.
17. “Chuva causa resfriado” — O vilão é o vírus.
Tomar chuva não causa resfriado por si só. A baixa temperatura favorece a proliferação dos vírus, o que aumenta os casos — mas não é culpa da água.
18. “Camaleões mudam de cor para se camuflar” — Nem sempre.
Eles também mudam de cor para regular a temperatura corporal ou demonstrar emoções e intenções, como na hora do acasalamento.
19. “Eva comeu uma maçã no paraíso” — Nunca foi dito isso.
A Bíblia usa o termo “fruto” ou “pomo”, sem especificar qual. A maçã entrou na história só na tradução latina, porque “malum” (maçã) se parecia com “malum” (mal). Um trocadilho bíblico.
20. “O maior deserto do mundo é o Saara” — Frio engano.
O maior deserto do mundo é a Antártida. Deserto, na geografia, significa “região com pouca precipitação”, e não necessariamente calor.
21. “Colombo descobriu a América” — Chegou atrasado.
Antes dele, o vikings já tinham passado por aqui. Leif Erikson, por exemplo, chegou à América do Norte cerca de 500 anos antes.
22. “Piratas enterravam tesouros” — Só em filmes.
A maioria gastava tudo nas tavernas, com bebida, jogos e festas. A ideia de mapas com “X” surgiu por causa das histórias do pirata William Kidd — e do cinema, claro.
23. “Papai Noel mora no Polo Norte” — Nem perto.
A figura do bom velhinho se baseia em São Nicolau de Bari, que viveu no que hoje é a Turquia, onde faz 35 °C no verão. Imagina de gorro?
24. “O homem veio do macaco” — Quase isso.
A ciência explica que homens e macacos têm um ancestral em comum, mas não que um “veio do outro”.
25. “A palavra ‘saudade’ não tem tradução” — Tem sim.
Outros idiomas têm expressões parecidas, mesmo que não uma única palavra exata. O sentimento é universal, a tradução é questão de contexto.
E aí, quantas dessas você acreditava até agora?
Desmentir mitos é quase um esporte moderno. Com um pouco de curiosidade e espírito crítico, dá pra evitar cair nessas armadilhas — ou pelo menos rir delas quando descobrir a verdade.
Por Graziela Matoso com informações das rede sociais/ foto: Freepik
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