A cúpula entre Donald Trump e Vladimir Putin, realizada na última semana em Anchorage, no Alasca, terminou sem avanços concretos para um cessar-fogo imediato na Ucrânia, frustrando expectativas de Kiev e líderes europeus. Em vez disso, os dois líderes defenderam a necessidade de um acordo de paz definitivo, o que foi interpretado como um alinhamento com a posição russa.
Trump declarou, por meio da rede Truth Social, que um acordo de paz seria mais eficaz do que um cessar-fogo, muitas vezes não respeitado. Putin, por sua vez, reafirmou que a solução deve abordar as “causas profundas” do conflito, como a tentativa da Ucrânia de ingressar na OTAN, considerada por Moscou uma ameaça existencial. Durante a cúpula, tropas russas lançaram novos ataques e reivindicaram o controle de duas localidades no leste da Ucrânia.
A reunião também marcou o fim do prazo para a aplicação de sanções secundárias dos EUA à Rússia, previstas caso Moscou não encerrasse a guerra. Questionado sobre o tema, Trump indicou que não vê urgência em aplicar novas medidas, embora tenha dito que analisa uma proposta legislativa que permite tarifas de até 500% a países que colaboram com a máquina de guerra russa.
Outro ponto sensível não tratado de forma explícita foi a questão territorial: a Rússia ocupa cerca de 20% do território ucraniano, além da Crimeia, anexada em 2014. Trump indicou haver “poucas questões pendentes”, sendo uma delas “provavelmente a mais importante”, sugerindo que a definição dessas áreas possa estar em negociação.
Quanto às garantias de segurança exigidas pela Ucrânia, Trump propôs uma proteção semelhante ao Artigo 5 da OTAN, mas fora da estrutura formal da aliança. França e Reino Unido se mostraram dispostos a contribuir com forças em território ucraniano, mas longe da linha de frente. Trump anunciou ainda que receberá Volodimir Zelensky na Casa Branca na segunda-feira e admitiu a possibilidade de uma reunião futura com Putin e o presidente ucraniano.
Da redação com informações da Cúpula EUA-Rússia 2025
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