Os mercados globais iniciaram a semana com forte oscilação, reflexo do aumento das tensões no Oriente Médio após os Estados Unidos se juntarem a Israel em ataques às instalações nucleares do Irã no último fim de semana. O temor de uma possível interrupção no fornecimento de petróleo elevou os preços da commodity nesta segunda-feira (23), enquanto as principais Bolsas mundiais operaram em queda — com exceção das chinesas.
Por volta das 8h (horário de Brasília), o petróleo Brent subia 0,84%, cotado a US$ 77,70 o barril, enquanto o WTI, referência nos EUA, avançava cerca de 1%, chegando a US$ 74,50. Mais cedo, os contratos atingiram as máximas de cinco meses, com o Brent chegando a US$ 81,40 e o WTI a US$ 78,40, antes de devolverem parte dos ganhos e voltarem a subir no fim da manhã.
A escalada do conflito reacende preocupações sobre o Estreito de Hormuz, rota estratégica por onde passa aproximadamente 20% do petróleo bruto mundial. Embora ainda não haja impacto direto sobre a oferta, os investidores seguem atentos ao cenário geopolítico. Analistas afirmam que, enquanto persistirem as incertezas, um prêmio de risco continuará embutido nos preços, mantendo a volatilidade no curto prazo.
A resposta iraniana às ofensivas foi dura, acusando os EUA de expandirem o campo de alvos legítimos e criticando o presidente Donald Trump por “jogar” com a segurança regional. A China, por sua vez, reagiu com preocupação, afirmando que os ataques minaram a credibilidade americana e alertando para o risco de descontrole da situação.
No mercado acionário, o reflexo foi negativo na maioria das Bolsas europeias e asiáticas. O índice europeu STOXX600 registrava queda de 0,49% às 9h, com recuos também em Frankfurt (-0,53%), Londres (-0,25%), Paris (-0,84%), Madri (-0,37%) e Milão (-1,15%). Na Ásia, Tóquio caiu 0,13% e Seul, 0,24%.
Na contramão, a China registrou alta em seus principais índices. O CSI300 subiu 0,29%, o SSEC de Xangai avançou 0,65%, e a Bolsa de Hong Kong ganhou 0,67%. O movimento foi impulsionado por forte fluxo de investimentos via Stock Connect, com compras de ações chinesas por investidores locais somando 7,9 bilhões de iuanes, o maior volume desde 30 de maio.
Nos Estados Unidos, os futuros das Bolsas operavam próximos da estabilidade, com o S&P 500 em leve alta de 0,1% e a Nasdaq sem variação. Segundo analistas, a ausência de uma reação mais intensa pode refletir cautela ou subestimação do risco. “Só o tempo dirá se a falta de resposta do mercado é ingenuidade ou uma avaliação adequada da situação”, comentou Paul Jackson, da Invesco.
Com informações de O Tempo
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