A taxa de desocupação no Brasil caiu para 5,8%, o menor índice da série histórica iniciada em 2012, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) Trimestral, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na sexta-feira, 15 de agosto de 2025.
A queda foi registrada em 18 das 27 unidades da federação, enquanto as demais nove permaneceram estáveis. As maiores taxas de desocupação foram observadas em Pernambuco (10,4%), Bahia (9,1%) e Distrito Federal (8,7%). Já os menores índices foram registrados em Santa Catarina (2,2%), Rondônia (2,3%) e Mato Grosso (2,8%).
O resultado contempla a reponderação da série histórica da PNAD Contínua, realizada com base nas Projeções de Populações divulgadas em 2024, que incorporam os dados do Censo Demográfico de 2022. Para mais informações, o IBGE disponibilizou a Nota Técnica 02/2025.
Todas as faixas de tempo de procura por trabalho apresentaram redução no número de desocupados em relação ao mesmo trimestre de 2024. Duas dessas faixas registraram os menores contingentes para um segundo trimestre desde o início da série histórica. A exceção ficou por conta das faixas de menos de um mês e de dois anos ou mais, que tiveram os menores números em 2014. Neste trimestre, 1,3 milhão de pessoas procuraram trabalho por dois anos ou mais, número 23,6% inferior ao registrado no segundo trimestre de 2024.
Segundo o analista da pesquisa, William Kratochwill, os dados refletem um mercado de trabalho aquecido e resiliente, com mais oportunidades absorvendo trabalhadores, inclusive aqueles com maior dificuldade de inserção.
A taxa de desocupação entre mulheres foi de 6,9%, enquanto entre os homens ficou em 4,8%. Por cor ou raça, os brancos apresentaram taxa de 4,8%, abaixo da média nacional, enquanto os pretos registraram 7,0% e os pardos, 6,4%. A taxa mais elevada foi observada entre pessoas com ensino médio incompleto (9,4%). Para quem possui nível superior incompleto, o índice foi de 5,9%, quase o dobro da taxa entre os que têm nível superior completo (3,2%).
A taxa de informalidade no país foi de 37,8% da população ocupada. Maranhão (56,2%), Pará (55,9%) e Bahia (52,3%) lideraram com os maiores índices, enquanto Santa Catarina (24,7%), Distrito Federal (28,4%) e São Paulo (29,2%) apresentaram os menores. Segundo Kratochwill, a redução da informalidade é consequência do bom desempenho do mercado de trabalho, que gerou 1,8 milhão de ocupações, sendo 318 mil informais.
Entre os empregados do setor privado, 74,2% tinham carteira de trabalho assinada. Santa Catarina liderou com 87,4%, seguida por São Paulo (82,9%) e Rio Grande do Sul (81,2%). Os menores percentuais foram registrados no Maranhão (53,1%), Piauí (54,5%) e Paraíba (54,6%). Já o percentual de trabalhadores por conta própria foi de 25,2%, com destaque para Rondônia (35,3%), Maranhão (31,8%) e Amazonas (30,4%). Os menores índices foram observados no Distrito Federal (18,6%), Tocantins (20,4%) e Mato Grosso do Sul (21,4%).
O rendimento médio real habitual de todos os trabalhos foi estimado em R$ 3.477, com crescimento frente ao trimestre anterior (R$ 3.440) e ao mesmo período de 2024 (R$ 3.367). A região Sudeste foi a única com alta estatisticamente significativa na comparação trimestral, atingindo R$ 3.914. Em relação ao segundo trimestre de 2024, houve crescimento nos rendimentos das regiões Sudeste (2,8%) e Sul (5,4%), que alcançou R$ 3.880.
A massa de rendimento real habitual de todos os trabalhos foi de R$ 351,2 bilhões, com crescimento de 2,9% na comparação trimestral e de 5,9% na anual. A região Sudeste apresentou a maior massa de rendimento da série histórica, com R$ 177,8 bilhões. Em relação ao primeiro trimestre de 2025, houve crescimento em quatro grandes regiões, com estabilidade apenas na região Sul (R$ 63,0 bilhões).
A PNAD Contínua é a principal pesquisa sobre a força de trabalho no Brasil. A cada trimestre, cerca de dois mil entrevistadores visitam uma amostra de 211 mil domicílios em aproximadamente 3.500 municípios. Desde março de 2020, a coleta passou a ser feita por telefone, retornando ao formato presencial em julho de 2021. A identidade dos agentes pode ser confirmada no site Respondendo ao IBGE ou pela Central de Atendimento 0800 721 8181.
A próxima divulgação da PNAD Contínua Trimestral, referente ao terceiro trimestre de 2025, está prevista para 14 de novembro.
Da redação do Jornal Panorama
Com informações: Agência GovImagens: Gil Ferreira/Agência CNJ
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