A madrugada de terça-feira (8 de abril) foi marcada por um ataque à cidade de Guaxupé, no Sul de Minas Gerais, no estilo conhecido como “Novo Cangaço”, em que quadrilhas altamente organizadas invadem cidades para realizar roubos a banco e enfrentar forças de segurança de maneira violenta. Neste caso, criminosos fortemente armados realizaram uma série de ações violentas que aterrorizam a população local. Até o momento, as autoridades ainda tentam identificar e prender os suspeitos, que podem ter escapado para o Estado de São Paulo, segundo as investigações em andamento.
A ação criminosa em Guaxupé
O ataque ocorreu por volta da meia-noite, quando o grupo criminoso, fortemente armado, cercou a cidade e disparou tiros para intimidar a população e as forças de segurança. Os projéteis recolhidos até agora indicam que os criminosos utilizaram dois calibres de armas de fogo: 5,56 e 7,62, calibres pesados, comumente usados em roubos de grande escala. A polícia também trabalha com a informação de que foram cinco veículos (do tipo SUV) usados na execução do crime. Esses veículos foram encontrados abandonados em estradas vicinais de Guaxupé, próximas à divisa com São Paulo.
A cidade foi acordada pelo som ensurdecedor de tiros e explosões, e a situação causou pânico entre os moradores. O Prefeito de Guaxupé, Jarbas Corrêa Filho (PSDB), comentou a situação afirmando que “não estão sendo medidos esforços para combater esse terrorismo e essa criminalidade”, destacando que as autoridades locais estão trabalhando incansavelmente para garantir a segurança da população. Ele também pediu calma aos moradores, reforçando que, apesar da violência do ataque, Guaxupé está segura.
De acordo com os relatos, o ataque à cidade de Guaxupé foi intenso e orquestrado. Imagens capturadas por moradores e compartilhadas nas redes sociais mostram o momento em que o grupo criminoso cercou várias áreas da cidade e realizou disparos de arma de fogo. Os tiros e explosões ecoaram por toda a cidade, acordando a população e gerando momentos de pânico.
O foco principal da quadrilha foi a agência da Caixa Econômica Federal da cidade, que sofreu danos significativos durante a ação, e até o momento, o valor roubado ainda não foi oficialmente confirmado. Contudo, a agência está isolada para que a perícia possa coletar evidências importantes que ajudem a identificar os criminosos envolvidos.
Ação das forças de segurança
Após o ataque, as forças de segurança de Minas Gerais iniciaram uma operação de busca intensiva para localizar e prender os criminosos. Mais de 100 agentes da Polícia Militar estão mobilizados, além de apoio da Polícia Civil, Polícia Rodoviária, Polícia Ambiental e outras unidades especializadas. A cidade de Guaxupé, e as áreas próximas do Estado de São Paulo, estão sendo monitoradas por drones, que realizam patrulhamento aéreo, além de aeronaves sobrevoando as rotas de fuga possíveis.
O delegado Marcos Pimenta, da Polícia Civil de Minas Gerais, informou que a quadrilha utilizou cinco veículos do tipo SUV, todos aparentemente clonados, para cometer o crime. Esses veículos foram encontrados abandonados em estradas vicinais da região, próximas à divisa com o Estado de São Paulo, o que levantou a hipótese de que os suspeitos possam ter fugido em direção a cidades como Ribeirão Preto, Franca, Campinas, Guarulhos e até Santos.
Apesar das investigações estarem em andamento, o delegado fez questão de frisar que esta é uma hipótese que está sendo investigada, e que mais informações serão fornecidas à medida que o trabalho de perícia avançar. Ele também ressaltou que os suspeitos podem ter utilizado outros veículos que ainda não foram identificados.
Operação de repressão e busca
Em um esforço para evitar que os criminosos escapem, a Polícia Militar de Minas Gerais montou uma operação de patrulhamento aéreo e terrestre. Capitão Claudiano Pierry, da 79ª Companhia da PM, detalhou o trabalho das forças de segurança no local, incluindo o uso de drones, patrulhamento em áreas de difícil acesso e a mobilização de policiais em folga, que foram convocados para atuar no caso.
A operação também está sendo coordenada com policiais de outras forças estaduais e municipais, que estão em campo para capturar os suspeitos e garantir que justiça seja feita.
Desafios na identificação dos criminosos
Embora o número exato de criminosos ainda não tenha sido fechado, estima-se que ao menos 15 indivíduos tenham participado diretamente do ataque. No entanto, a investigação preliminar sugere que o número pode ser ainda maior, o que dificulta a localização dos responsáveis. A fuga em grupo e a diversidade das rotas de escape tornam o trabalho de captura mais complexo e exigem um esforço conjunto das forças de segurança de Minas Gerais e São Paulo.
Além disso, as autoridades ainda não sabem a quantia exata roubada durante o ataque, mas a danificação da agência da Caixa e a ausência de testemunhas até o momento dificultam a confirmação dos valores. O delegado Marcos Pimenta informou que assim que os detalhes forem apurados, mais informações sobre o roubo serão divulgadas.
O Medo e o impacto na comunidade
O ataque do estilo “Novo Cangaço” em Guaxupé é mais um exemplo da crescente violência relacionada a roubos a banco no Brasil, onde quadrilhas altamente organizadas têm atacado pequenas cidades com táticas de intimidação e violência extrema. O impacto no cotidiano das pessoas da cidade é significativo, e muitos temem que essa violência se torne ainda mais frequente nas próximas semanas.
As investigações sobre o ataque em Guaxupé seguem em andamento, e as forças de segurança de Minas Gerais, com o apoio de órgãos de outros Estados, continuam mobilizadas para prender os suspeitos e esclarecer o caso. Enquanto isso, a população e as autoridades aguardam por mais informações sobre o valor roubado e o número exato de criminosos envolvidos.
Este caso mais uma vez destaca a necessidade de intensificar a segurança e a cooperação entre os Estados no combate a quadrilhas especializadas no estilo “Novo Cangaço”, que continuam a representar uma grande ameaça à ordem pública. As equipes de segurança permanecem em alerta máximo, enquanto tentam garantir que os responsáveis por essa ação terrorista sejam capturados e levados à justiça.
Por Graziela Matoso/ Fonte: PMMG e PCMG/ Foto: Prefeitura de Guaxupé