O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, autorizou que os advogados de todos os réus do núcleo 1 da ação penal que apura tentativa de golpe de Estado participem das acareações presenciais programadas para ocorrer na sede do STF, em Brasília, a partir das 10h, na próxima terça-feira, dia 26 de junho. A decisão atendeu parcialmente ao pedido do advogado Celso Vilardi, defensor do ex-presidente Jair Bolsonaro, que havia solicitado formalmente a presença na audiência entre Mauro Cid e o general Braga Netto.
A acareação entre Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator na investigação, e Braga Netto, foi requerida pela defesa do general. Segundo os advogados, o objetivo é esclarecer as acusações relacionadas ao chamado plano Punhal Verde e Amarelo, suposto esquema para eliminar autoridades e promover a ruptura institucional. Também está sob apuração a entrega de uma sacola de vinho com dinheiro, que Braga Netto teria repassado a Cid para distribuição a militares ligados a um grupo de elite do Exército, conhecido como “kids-pretos”. Braga Netto, que está preso desde dezembro de 2024, nega todas as acusações.
Na sequência da audiência marcada para as 10h, ocorrerá às 11h a acareação entre o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o general Freire Gomes, ex-comandante do Exército. Ambos também figuram como réus no núcleo 1 da investigação e, conforme decisão do ministro Moraes, terão suas defesas autorizadas a acompanhar o procedimento, que ocorrerá de forma reservada, sem presença da imprensa ou transmissão ao público.
Alexandre de Moraes destacou que todas as defesas envolvidas têm, por prerrogativa legal, o direito de acompanhar os depoimentos, sem necessidade de novo pedido formal. Na decisão, ele julgou prejudicado o pedido específico da defesa de Bolsonaro, considerando já garantida a participação a todos os co-réus da ação penal.
A realização das acareações entre figuras centrais da investigação marca um novo avanço no processo judicial que apura a tentativa de ruptura democrática no país. Em um cenário de tensão institucional, os esclarecimentos prestados poderão ter peso relevante na condução das próximas fases do julgamento no Supremo Tribunal Federal.
Com informações: Agência Brasil
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
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