O Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para 2 de setembro o início do julgamento da ação penal 2668, que tem como réus o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete aliados, todos acusados de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. A sessão está prevista para começar às 9h e será conduzida pela Primeira Turma da Corte, presidida pelo ministro Cristiano Zanin. O cronograma inclui oito sessões, sendo seis extraordinárias, com datas nos dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro.
A ação penal é considerada a mais avançada entre os processos relacionados à trama golpista denunciada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), tendo como foco o chamado “núcleo crucial” da organização. Segundo a denúncia apresentada pelo procurador-geral Paulo Gonet, com base em investigações da Polícia Federal, Bolsonaro liderou uma articulação que teve início em meados de 2021, com o objetivo de desacreditar o sistema eletrônico de votação e criar um ambiente favorável à ruptura democrática. A tentativa culminou nos atos de 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores do ex-presidente invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Entre as provas reunidas estão minutas de decretos golpistas, planos como “Luneta”, “Copa 2022” e “Punhal Verde Amarelo”, além de registros que indicam a intenção de sequestrar e assassinar autoridades como o ministro Alexandre de Moraes, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin. Os réus respondem por cinco crimes: organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. As penas podem ultrapassar 30 anos de prisão.
Participam do julgamento os ministros Alexandre de Moraes (relator), Cristiano Zanin, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Flávio Dino. A sessão será transmitida pela TV Justiça, Rádio Justiça e pelo canal oficial do STF no YouTube. As defesas já apresentaram suas alegações finais. A de Bolsonaro classificou a denúncia como “absurda” e “golpe imaginado”, enquanto as demais buscaram desvincular seus clientes da trama, mesmo admitindo sua existência.
Da redação do Jornal Panorama
Com informações: Agência Brasil
Imagem: Lula Marques/Agência Brasil
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