Detento do Presídio de Curvelo é um dos muitos casos de sucesso da educação; Vagner Pereira foi aprovado em Engenharia Civil no Cefet
Na terça-feira (15/10) é comemorado o Dia dos Professores. Atualmente, mais de 2 mil profissionais atuam em mais de 169 escolas espalhadas pelas unidades prisionais e socioeducativas da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp).
O sistema prisional conta hoje com 2.028 professores divididos em 145 escolas, entre estaduais, municipais e particulares. Já no sistema socioeducativo, são 24 escolas e 405 professores.
Luciana Araújo é uma dessas professoras. Desde 2013, a educadora de 49 anos leciona ciências e biologia na Escola Estadual Estevão Pinto, localizada no Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto, em Belo Horizonte. “Eu acredito que a educação no sistema prisional é de extrema importância e relevância porque conseguimos desenvolver as potencialidades de cada detento, e minimizar os efeitos negativos do encarceramento”.
“Conseguimos melhorar a autoestima, promover reflexões sobre como viver em sociedade e auxiliá-los em como construir um futuro melhor, durante e após o cumprimento da sentença”, conta a professora.
A escola é a mais antiga do sistema prisional mineiro, fundada em 19 de março de 1954. Começou como uma creche, provisoriamente e em caráter experimental, para os filhos das custodiadas do antigo abrigo Belo Horizonte. Depois, outras séries foram sendo anexadas até que, em 1984, passou a atender também as detentas. Ao longo dos anos, outras unidades prisionais e socioeducativas também foram atendidas pela escola.
Atualmente, a unidade tem 84 alunas na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA) e atende apenas as detentas do Complexo. A escola funciona de forma regular, com a mesma grade das que estão fora do sistema prisional.
“As vantagens de uma escola dentro do sistema prisional são inúmeras. A principal é a oportunidade que eles têm de sair do alojamento, conviver com pessoas diferentes. Além da parte da ressocialização, do respeitar regras, da remição de pena e a chance maior de conquistar um emprego lá fora”, explica Renata Fantin, diretora da escola desde 2019.
Caso de sucesso
Vagner Alves Pereira, de 34 anos, é um dos exemplos de sucesso. Detento do Presídio de Curvelo, na região Central de Minas, ele conseguiu, por meio da nota do Enem PPL, a aprovação no curso de Engenharia Civil no Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG).
Fonte: Agência Minas
Foto: Tiago Ciccarini / Sejusp