A Universidade Federal de Lavras (UFLA) e o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) formalizaram, na segunda-feira (26), uma parceria para o desenvolvimento de pesquisas e inovações tecnológicas voltadas à defesa agropecuária de Minas Gerais. O convênio viabilizará a criação da plataforma GeoSidagro, que irá modernizar processos, incorporar funcionalidades avançadas e utilizará tecnologias mais ágeis para otimizar o monitoramento e a fiscalização do setor.
Para a professora Ana Paula Melchiori (Icet/UFLA), idealizadora do projeto pela UFLA, o objetivo é contribuir com a fiscalização do setor, assegurando a sanidade dos vegetais, a saúde dos animais, a identidade e a segurança dos produtos de origem vegetal, animal, de insumos e dos serviços utilizados na agropecuária, de forma a impulsionar o crescimento e o desenvolvimento sustentável do agronegócio, em benefício da sociedade. “O IMA é um parceiro de longa data, com escritório regional no Campus Histórico da UFLA, e essa proximidade tem permitido projetos de pesquisa e extensão conjuntos em diferentes temáticas”, reforçou.
Na solenidade, o diretor-geral do IMA, Antonio Carlos de Moraes, apresentou a primeira funcionalidade do sistema, que entrará em operação em breve. Por intermédio desse recurso, os técnicos do IMA conseguirão localizar, em caso de uma emergência sanitária, mesmo sem internet, pontos de apoio e autoridades locais para agir de forma rápida e precisa. “O sistema marca uma nova era na agropecuária, com a inovação a serviço da segurança da sustentabilidade. Trata-se de um software pioneiro no Brasil, que coloca Minas Gerais, mais uma vez, na vanguarda da agropecuária”, afirmou o diretor.
O vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões, destacou que o convênio com a UFLA, mais uma vez, evidencia o papel da Instituição no processo de estruturação rural tecnicizada. “Parte importante das transformações da agricultura e da pecuária passam por Minas Gerais e pelo conhecimento técnico-científico gerado na UFLA. Agora, toda expertise da Universidade em termos de tecnologia do mundo do campo será aplicada em uma solução de fiscalização sanitária, que irá otimizar o controle da circulação de produtos dentro do Estado”.
Relembrando as contribuições de pesquisadores pioneiros da Instituição, como Alfredo Scheid Lopes, o reitor da UFLA, professor José Roberto Soares Scolforo, chamou atenção para as repercussões do novo sistema na sociedade. “Assim como a revolução da agricultura no Cerrado trouxe benefícios tanto para os produtores quanto para a população, essa nova parceria irá melhorar a vida tanto das pessoas do campo, beneficiando a maioria dos empreendedores rurais, que trabalham seguindo as normas do setor, quanto da população urbana, que terá a certeza de estar consumindo um produto seguro em termos alimentares”.
Inteligência artificial e monitoramento
O novo sistema deverá integrar informações geográficas multidisciplinares, promover a capacitação de profissionais, estimular a cultura de inovação e melhorar a gestão territorial e rastreabilidade no âmbito do IMA. Por meio da iniciativa, espera-se alcançar uma gestão mais eficiente, sustentável e inovadora dos recursos agropecuários no Estado, beneficiando tanto o setor produtivo quanto a comunidade em geral.
O georreferenciamento é uma ferramenta poderosa para melhorar a fiscalização em áreas como meio ambiente, transporte e agricultura. Utilizando tecnologias como GPS e softwares de análise geoespacial, o novo sistema vai permitir a obtenção de dados precisos sobre a localização e as condições de áreas monitoradas.
Com o uso de inteligência artificial, o novo sistema vai incorporar alertas para indicar indícios de problemas, como pragas, doenças e condições climáticas adversas. Isso otimiza o trabalho dos fiscais, que podem se deslocar com maior eficiência e precisão.
“Trabalhando com ciência de dados e inteligência artificial, usando dados georreferenciados, nós vamos propiciar a integração de diversos sistemas para transformar dados em informações relevantes para tomada de decisões mais assertivas. O sistema será acessível a todos os envolvidos na cadeia produtiva: servidores do IMA, produtores rurais, transportadores, e muitos outros, através de plataformas web e aplicativos mobile”, completa Ana Paula.
O convênio terá a duração de três anos e receberá um aporte de 21 milhões de reais. Parte dos recursos que viabilizam a iniciativa vem do Acordo Judicial de Reparação ao Rompimento de Brumadinho. O projeto será executado no Instituto de Ciências Exatas e Tecnológicas, no Departamento de Computação Aplicada, sob a coordenação do professor Joaquim Quinteiro Uchoa.
Fonte e foto: Portal UFLA
Ver essa foto no Instagram