Em uma nova escalada no conflito que já dura mais de dois anos, a Ucrânia lançou, no domingo (10), o maior ataque com drones à capital russa desde o início da guerra, em 2022. Com pelo menos 34 drones sobrevoando Moscou, o incidente provocou o desvio de voos nos aeroportos de Domodedovo, Sheremetyevo e Zhukovsky e deixou cinco pessoas feridas na região da capital.
As defesas russas, segundo o Ministério da Defesa, destruíram mais de 50 drones em outras áreas da Rússia Ocidental. “Foi frustrada uma tentativa de Kiev de realizar um ataque terrorista usando drones do tipo avião no território da Federação Russa”, afirmou o ministério, destacando a resposta das forças de defesa aérea.
A agência federal de transporte aéreo da Rússia informou que, embora 36 voos precisaram ser desviados no momento dos ataques, as operações nos aeroportos foram retomadas posteriormente. A área metropolitana de Moscou, que abriga aproximadamente 21 milhões de habitantes, sentiu diretamente os efeitos desse ataque de larga escala.
Em contrapartida, a Rússia intensificou seus próprios ataques, lançando um recorde de 145 drones sobre a Ucrânia na madrugada de domingo. Kiev informou que suas defesas derrubaram 62 drones e relatou um ataque a um arsenal russo na região de Bryansk, onde 14 drones teriam sido abatidos.
Imagens não verificadas publicadas em canais russos no Telegram mostravam o som dos drones cruzando o céu, aumentando a preocupação da população com a escalada de ataques entre os dois países.
O avanço russo em território ucraniano e a recente eleição de Donald Trump como 47º presidente dos Estados Unidos geraram novas especulações sobre o futuro do conflito. Trump, que assume em janeiro, declarou durante sua campanha que poderia pôr fim à guerra em “24 horas”, embora sem apresentar detalhes sobre seu plano. A promessa foi vista com cautela por observadores internacionais, que destacam a complexidade do conflito e os interesses globais envolvidos.
Após a vitória, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ligou para parabenizá-lo. O CEO da Tesla e aliado de Trump, Elon Musk, participou da chamada, segundo reportagens. Musk, dono da SpaceX, que fornece serviços vitais de comunicação Starlink para a Ucrânia, tem sido um ator importante na guerra, especialmente para o setor de comunicações e defesa ucraniano.
Autoridades envolvidas no conflito indicam que a guerra entre Rússia e Ucrânia pode estar se aproximando de seu “ato final”, mas o recente aumento na intensidade dos ataques sinaliza que a resolução ainda está longe. Com as forças russas avançando e o cenário geopolítico em constante mudança, os próximos meses serão decisivos para o destino da região e para a paz na Europa.
Com informações da Agência Brasil
Foto ilustrativa: divulgação/ Gabinete do Presidente da Ucrânia