quinta-feira, 12 de dezembro de 2024
“NÃO SE PRESERVA A MEMÓRIA DE UM POVO
SEM O REGISTRO DE SUA HISTÓRIA.”

A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, divulgou nesta segunda-feira (09), o Relatório de Avaliação das Eleições 2024, em encontro com os presidentes dos tribunais regionais eleitorais (TREs) e com jornalistas em Brasília. O evento fechou uma reunião de trabalho dedicada a analisar os resultados do pleito e as lições aprendidas para as futuras eleições gerais de 2026.

O relatório apresenta uma análise detalhada dos dados quantitativos e qualitativos da eleição, coletados por meio das informações fornecidas pelos TREs, cartórios eleitorais e áreas técnicas do TSE. Dentre os temas abordados, destacam-se os dados sobre o comparecimento eleitoral, as taxas de abstenção, ocorrências e denúncias, acessibilidade e perfil do eleitorado, com foco em gênero, idade, raça e etnia. Também são apresentados números sobre as urnas utilizadas e as dificuldades enfrentadas durante o pleito.

Cármen Lúcia agradeceu aos cidadãos que participaram da eleição, às servidoras e servidores da Justiça Eleitoral, às autoridades eleitorais e à imprensa brasileira, que desempenhou papel fundamental no combate à desinformação e no fortalecimento do processo democrático. “Não há democracia forte sem um Poder Judiciário independente e uma imprensa livre. O comparecimento maciço na Justiça Eleitoral não se faria sem a presença de todos os senhores”, afirmou a ministra.

Aumento do eleitorado e maior participação feminina

Um dos principais pontos destacados no relatório foi o aumento do eleitorado, que passou de 147,9 milhões em 2020 para 155,9 milhões de eleitores em 2024. As mulheres continuam a representar a maioria do eleitorado brasileiro, com 52,47%, um pequeno aumento em relação a 2016 (52,21%). A ministra também destacou o crescimento na autodeclaração racial dos eleitores, especialmente entre negros e pardos, o que reflete uma maior conscientização sobre identidade e representatividade. O perfil racial do eleitorado brasileiro em 2024 é o seguinte:

  • Brancos: 33,34%
  • Pardos: 53,57%
  • Pretos: 11,39%
  • Indígenas: 0,98%
  • Amarelos: 0,72%

Mudanças no perfil etário do eleitorado

Outro dado relevante foi a transformação no perfil etário do eleitorado, com um aumento na participação de eleitores na faixa etária de 25 a 44 anos, que agora compõem a maioria, com 62,7 milhões de eleitores. O relatório ainda revelou que, entre os eleitores facultativos (jovens de 16 e 17 anos e idosos acima de 70 anos), os jovens têm se mostrado mais engajados, com 93% de comparecimento às urnas, enquanto a participação dos idosos foi abaixo de 50%. A ministra Cármen Lúcia observou que essa diferença é reflexo do preconceito etário enfrentado por muitos idosos, que ainda são desencorajados a votar. “Ouvi relatos de idosos sendo destratados, com pessoas dizendo ‘não precisava ter vindo votar’. É preciso convidar os mais velhos para participarem da democracia com o mesmo empenho que fazemos com os jovens”, disse.

Desafios para as eleições de 2026 e os impactos locais

O aumento das crises climáticas, que impactaram a realização de eleições em algumas regiões, também foi destacado no relatório, com menção a eventos como as fortes chuvas em Porto Velho (RO), que afetaram temporariamente as seções eleitorais. A ministra alertou para análises equivocadas sobre os índices de abstenção, lembrando que a abstenção dos eleitores facultativos deve ser considerada de forma diferenciada.

Diversidade racial e de gênero nas candidaturas e nas eleições

O relatório também abordou a diversidade nas candidaturas e nos resultados das eleições. Embora as candidaturas de mulheres tenham mostrado um aumento, o domínio masculino ainda é predominante, com 84,69% dos prefeitos eleitos sendo homens. Entre vereadores e vice-prefeitos, as mulheres têm maior representatividade, com 35,40% e 23,25%, respectivamente. Em termos raciais, os candidatos brancos dominaram as eleições, com 54,7% dos cargos conquistados, seguidos por candidatos pardos (37,7%) e pretos (6,3%). A representatividade de indígenas e amarelos foi muito pequena, tanto nas candidaturas quanto entre os eleitos.

A ministra Cármen Lúcia finalizou o encontro ressaltando a importância de continuar a trabalhar para garantir uma democracia mais inclusiva e representativa nas futuras eleições, especialmente com o desafio de compreender e adaptar o processo eleitoral ao perfil diversificado da população brasileira.

Com as informações e foto do TSE

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