sexta-feira, 18 de outubro de 2024
“NÃO SE PRESERVA A MEMÓRIA DE UM POVO
SEM O REGISTRO DE SUA HISTÓRIA.”

Os premiados deste ano no Prêmio Nobel de Ciências Econômicas — Daron Acemoglu, Simon Johnson e James Robinson — revelaram o papel fundamental que as instituições sociais desempenham na determinação da prosperidade de uma nação. Suas pesquisas mostram como países com fraco estado de direito e instituições exploratórias não conseguem promover crescimento nem mudanças significativas, oferecendo explicações valiosas para as disparidades globais de riqueza.
O trabalho dos laureados remonta essas diferenças à época da colonização europeia, quando o cenário institucional de muitas sociedades sofreu transformações significativas. No entanto, a natureza dessas mudanças variou. Em algumas regiões, os colonizadores estabeleceram sistemas voltados para a exploração das populações indígenas e extração de recursos em benefício próprio. Em outras, estruturas políticas e econômicas mais inclusivas foram formadas, beneficiando os colonos europeus a longo prazo.
Uma das descobertas centrais da pesquisa é que o tipo de instituições introduzidas durante a colonização é um determinante importante dos resultados econômicos atuais. Instituições inclusivas foram frequentemente estabelecidas em regiões pobres na época da colonização, resultando, ao longo do tempo, em uma população geralmente próspera. Em contrapartida, antigas colônias ricas estão hoje entre os países mais pobres do mundo, em grande parte devido às instituições extrativas implementadas.
Os economistas demonstraram como certos países ficam presos em um ciclo de instituições extrativas e baixo crescimento econômico. Embora instituições inclusivas ofereçam benefícios de longo prazo para todos, os sistemas extrativos proporcionam recompensas imediatas para aqueles que estão no poder. Enquanto as elites políticas se sentirem seguras em sua posição, promessas de reformas econômicas carecem de credibilidade, e o progresso permanece estagnado.
No entanto, os pesquisadores também explicam por que as reformas democráticas às vezes ocorrem. Diante de uma ameaça de revolução, aqueles no poder podem tentar acalmar a dissidência prometendo reformas, embora essas promessas muitas vezes sejam vistas com ceticismo. Quando a ameaça ao seu domínio se torna muito grande, a transferência de poder e o estabelecimento da democracia podem se tornar a única solução viável.
“Reduzir as vastas desigualdades de renda entre as nações é um dos maiores desafios de nosso tempo. Os laureados demonstraram quão vitais são as instituições sociais para enfrentar esse problema”, afirmou Jakob Svensson, presidente do Comitê do Prêmio em Ciências Econômicas.
Fonte: Prêmio Nobel

Foto: Divulgação / Prêmio Nobel

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