O Ministério da Justiça e Segurança Pública anunciou, no dia 5 de fevereiro, a transferência de 10 chefes de organizações criminosas do Rio de Janeiro para presídios federais, atendendo a um pedido formal do governador fluminense, Cláudio Castro, ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. A medida tem como objetivo desarticular a atuação dessas lideranças no crime organizado e reduzir a influência delas na segurança pública do estado.
O anúncio foi feito após uma reunião entre as autoridades no Palácio da Justiça, em Brasília, e a ação faz parte de um esforço contínuo para combater facções criminosas, milícias e outros grupos organizados que operam no Rio de Janeiro. As vagas nos presídios federais serão abertas imediatamente, conforme informou o Ministério da Justiça.
O pedido foi fundamentado em relatórios de inteligência, que indicaram que os líderes de facções criminosas ainda atuam ativamente no tráfico de drogas, extorsão e outras atividades ilícitas, mesmo estando presos. O governo estadual e federal buscam evitar novas articulações e associações criminosas, que frequentemente acontecem de dentro das unidades prisionais.
“Com a transferência de lideranças de milícias e de facções para presídios em outros estados, conseguimos interromper uma cadeia de comando que eles continuam exercendo, mesmo estando presos”, afirmou o governador Cláudio Castro. Ele destacou que a medida faz parte do esforço para fortalecer a segurança pública e enfrentar o crime organizado de maneira mais eficaz.
O governador também afirmou que a cooperação entre o governo federal e o estadual é essencial para garantir que os criminosos não consigam se reorganizar ou controlar suas operações, mesmo à distância. “Não haverá trégua para criminosos que tentam desafiar o Estado. Não mediremos esforços para proteger a população e enfraquecer as organizações criminosas no Rio de Janeiro”, completou.
O ministro Ricardo Lewandowski ressaltou que a cooperação entre a União e os estados é uma prioridade para combater o crime de forma integrada. “A missão é a cooperação total entre União e o Rio de Janeiro. Estamos empenhados em combater o crime de forma cooperativa e integrada. Esse é mais um exemplo da integração federativa que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública pretende colocar em prática”, afirmou.
A medida de transferência de criminosos de alta periculosidade para presídios federais não é nova. Desde 2023, o governo do estado do Rio de Janeiro já transferiu 34 presos de alta periculosidade, sendo que 20 transferências ocorreram apenas no último ano. Uma das operações mais emblemáticas ocorreu em dezembro de 2023, quando 16 líderes criminosos foram removidos de uma só vez para unidades federais, como parte de um esforço para desarticular as facções que operam no estado.
Com as informações da Agência Brasil
Foto: Fellipe Sampaio / SCO / STF