Uma comitiva de investidores agropecuários portugueses e angolanos visitou os campos experimentais da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) nas cidades de Três Pontas e Machado, no Sul do estado, onde estão concentradas atividades ligadas à pesquisa em cafeicultura. O objetivo é conhecer os estudos e tecnologias mineiras sobre o café, suas potencialidades, além de entender como as cultivares mineiras são desenvolvidas.
Com condições de clima e solo similares a algumas áreas de Minas Gerais, Angola pode ser propícia para o cultivo das variedades mineiras. De acordo com a diretora-geral-adjunta da Okafe Premium Coffee, integrante da comitiva, Vilma da Silva, o grupo conheceu as cultivares devido ao trabalho de referência da Epamig.
“O Brasil é um país que desenvolve muita pesquisa em café, e não havia como pesquisar a cultura sem chegar à Epamig. É uma instituição reconhecida e que faz um trabalho de excelência no mundo científico. Foi essa credibilidade que nos fez buscar as cultivares”, explica a diretora.
A intenção dos investidores é adquirir essas sementes para a implantação experimental inicial de 50 hectares, na região de Gabela, cidade angolana que se localiza na província de Cuanza Sul.
Cultivares Mineiras
O pesquisador da Epamig, Denis Nadaleti, reforça a qualidade das cultivares disponíveis para comercialização. Segundo ele, dentre as diversas variedades que a empresa já registrou, algumas têm potencial de exportação, como é o caso da MGS Paraíso 2 e MGS Ametista. “São duas cultivares indicadas para a região de cultivo em Angola. Ambas possuem potencial de produtividade e qualidade, podendo atender bem às expectativas do grupo”, afirma o pesquisador.
Além do café
Com trabalhos já estabelecidos em grãos e produtos da bovinocultura, o interesse do grupo em café se configura como uma expansão, e a equipe da Epamig também vislumbrou troca de conhecimentos em outras áreas de atuação.
Grãos como feijão e arroz de sequeiro são algumas dessas possibilidades. “A parceria com os investidores portugueses e angolanos pode abrir portas para cooperações futuras. Em vista das similaridades, outros produtos pesquisados pela Epamig também podem entrar na rota internacional das tecnologias exportadas”, analisa o chefe da Assessoria de Negócios Agropecuários da empresa, Clenderson Gonçalves.
“Quando investidores estrangeiros enxergam a Epamig como uma referência em tecnologia, para nós é um reconhecimento muito grande. Essa parceria tem o potencial de divulgar nossas tecnologias e expandir a pesquisa, fortalecendo o trabalho de Minas. Acreditamos que é o início de um projeto com condições de evoluir”, celebra ele.
Fonte: Agência Minas
Foto: Igor Rocha / Epamig