O publicitário Sidônio Palmeira, anunciado como o novo ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), comentou, no dia 8 de janeiro, sobre as recentes mudanças implementadas pela multinacional Meta, que controla as redes sociais Facebook, Instagram e WhatsApp. A empresa anunciou alterações significativas em sua política de moderação de conteúdos, incluindo o fim do programa de checagem de fatos e a eliminação de restrições em assuntos como migração e gênero. Além disso, a Meta passou a priorizar a promoção de “conteúdo cívico”, um conceito que inclui informações com forte teor político-ideológico.
Em entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto, Sidônio afirmou que as mudanças representavam um risco para a democracia. “Isso é ruim pra democracia. Por quê? Porque você não faz o controle da proliferação do ódio, da desinformação, da fake news. Esse que é o problema. E a gente precisa ter um controle. É preciso ter uma regulamentação das redes sociais”, destacou o futuro ministro. Para ele, a regulação das plataformas digitais não é apenas necessária, mas urgente, e deve ser abordada tanto no Brasil quanto em outros países, como já acontece na Europa.
Sidônio Palmeira levantou também uma questão sobre a soberania digital. “Por que que nos Estados Unidos, muitas vezes, botam pra fora o TikTok e não querem? Por que que a China barra isso? E por que que a gente fica exposto a tudo isso? Essa é a pergunta”, questionou, referindo-se à forma como diferentes países abordam o controle e a regulação das plataformas digitais.
Embora as novas regras da Meta ainda sejam válidas apenas nos Estados Unidos, o futuro ministro destacou que cada país tem o direito soberano de estabelecer suas próprias leis para regular o funcionamento do setor digital. “A decisão da Meta é uma decisão de uma empresa. O governo brasileiro e a justiça brasileira podem adotar outros critérios”, afirmou, sublinhando que o Brasil tem plena autonomia para tomar as medidas necessárias para garantir a segurança e a transparência nas redes sociais.
O secretário de Políticas Digitais da Secom, João Brant, já havia se manifestado sobre o assunto, criticando as ações da Meta. Segundo Brant, a empresa sinaliza, de forma explícita, que não reconhece a soberania dos países sobre o funcionamento das plataformas digitais, o que é visto como uma antecipação do comportamento esperado do governo de Donald Trump, que tomará posse como presidente dos Estados Unidos em 20 de janeiro.
Novo ministro
Sidônio Palmeira foi anunciado como o novo ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) no dia 7 de janeiro, substituindo Paulo Pimenta. O publicitário será empossado na próxima terça-feira (14) e, em sua conversa com os jornalistas, destacou a importância de uma comunicação eficaz para o governo nos próximos dois anos de mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“O governo tem muita coisa e a sensação que eu tenho é o seguinte, a expectativa do governo é maior do que o governo e o governo é maior do que a percepção popular. O ideal, no governo, é que os três [pontos] estejam alinhados. É nossa compreensão. E aí, como fazer isso? Aí tem a questão de comunicação, tem a questão de gestão e tem a questão de política”, observou Sidônio, ressaltando a necessidade de um alinhamento entre as ações do governo, sua comunicação e as expectativas da população para alcançar uma gestão eficaz.
Com as informações da Agência Brasil
Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil