sexta-feira, 18 de outubro de 2024
“NÃO SE PRESERVA A MEMÓRIA DE UM POVO
SEM O REGISTRO DE SUA HISTÓRIA.”

A Semana Nacional de Prevenção da Violência na Primeira Infância, de sábado (12/10) a sexta (18/10) reforça que toda a sociedade tem um papel importante a cumprir no enfrentamento dos diversos tipos de abuso, agressão e maus-tratos contra as crianças. Os serviços de saúde, por exemplo, são espaços estratégicos para identificar sinais e sintomas que possam ser indicativos de violência. E o Sistema Único de Saúde (SUS) reúne um conjunto de ações relevantes nesse sentido.

 

“É direito de toda criança crescer com segurança e saúde em todas as esferas: física, mental, emocional e social”, defende a coordenadora-geral de Atenção à Saúde das Crianças, Adolescentes e Jovens, Sônia Venâncio. Ela lembra que, até aos 3 anos, ou seja, na primeiríssima infância, o cuidado com casos de violência deve ser ainda maior. “Nessa idade, elas ainda não sabem expressar o que estão sentindo ou interpretar o que aconteceu. O que torna mais difícil identificar agressões. Além disso, quanto mais cedo começar e quanto mais tempo durar a exposição a abusos, mais graves os danos”, explica.

 

Alguns dos principais sinais de alerta que profissionais de saúde devem observar em atendimentos são:

 

Choros e irritabilidade sem motivo aparente.

Olhar indiferente, apatia ou tristeza constante.

Atraso no desenvolvimento, perdas ou regressão de etapas atingidas.

Dificuldades na amamentação, podendo chegar à recusa alimentar, vômitos persistentes ou distúrbios de alimentação.

Distúrbios do sono.

Afecções de pele frequentes, sem causa aparente.

Dificuldades de socialização e tendência ao isolamento.

Ansiedade ou medo ligado a determinadas pessoas, sexo, objetos ou situações.

 

Esses tópicos estão listados na Linha de Cuidado para Atenção Integral de Crianças, Adolescentes e suas Famílias em Situação de Violências, com orientações voltadas à sensibilização de gestores e profissionais de saúde. A publicação aborda todo o caminho a ser percorrido na rede pública de saúde: prevenção, promoção da cultura da paz, acolhimento, atendimento, notificação e seguimento na rede de cuidado e proteção social.

 

 

Disque 100

 

A sétima edição da Caderneta da Criança – Passaporte da Cidadania, já distribuída em todo o Brasil, também trata da proteção contra a violência na página 66 (tanto na edição da menina quanto na do menino). Ela lembra que maus-tratos trazem prejuízo ao desenvolvimento infantil, e que as crianças aprendem com o comportamento dos adultos. Além de orientar pais e responsáveis para a não violência e abordar os direitos da criança, a publicação reforça a importância das denúncias pelo Disque 100.

 

Outro documento importante é a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (Pnaisc), que conta com um eixo específico sobre situação de violência, prevenção de acidentes e promoção da cultura de paz.

 

O eixo leva em conta abusos físicos e psicológicos, negligência e abandono. Entre as ações estratégicas, estão a implementação da linha de cuidado; o fomento à organização e qualificação dos serviços para atender crianças e suas famílias em situação de violência sexual; e a articulação intersetorial.

 

Curso gratuito

 

Em parceria com a Fiocruz Brasília, o programa de formação Escuta de Crianças e Adolescentes na rede de serviços no SUS, Unasus, tem como objetivo qualificar gestores e profissionais de saúde e de serviços das políticas sociais que atendem crianças e adolescentes em situação de violência, ajudando na condução dos casos, com foco na escuta ativa e protegida da criança vítima de violência. As inscrições ficam abertas até 8 de novembro.

 

Além disso, o Ministério da Saúde promove regularmente oficinas com gestores dos estados para auxiliá-los no fortalecimento da rede de enfrentamento às violências contra crianças e adolescentes e na organização de linhas de cuidado.

 

Fonte e foto: Agência Gov

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