Aves que sempre estão em dupla, formando um casal, estão se tornando um pesadelo para o setor de trânsito da cidade por destruírem os fios dos semáforos
O que parecia apenas uma algazarra das Maritacas pelos fios dos postes pela cidade, se tornou um pesadelo para o setor de trânsito em Alfenas. Estas aves de pequeno porte, mas de bicos potentes, vêm deixando um rastro de destruição sobretudo nos fios que levam energia aos semáforos em diferentes pontos da cidade.
No centro no cruzamento da praça Fausto Monteiro com a rua Presidente Arthur Bernardes e Cel. Pedro Correa, e também no cruzamento da rua Duque de Caxias com a rua Arthur Bernardes, os semáforos ficaram piscando devido a ação das maritacas, o que exigiu dos motoristas que passavam pelo local muita atenção.
Marcelo Lopes, superintendente de trânsito Alfenas, informou que as equipes de manutenção estão realizando um trabalho para ocultar os fios, para minimizar a ação das maritacas.
Outra questão relatada pelo superintendente de trânsito foi a de que está em processo e em breve haverá licitação, para a aquisição e instalação de semáforos inteligentes em todos os pontos onde existem os semáforos convencionais na cidade. Essa medida visa melhorar e muito o dia a dia dos pedestres e condutores de veículos.
Para entendermos o porquê do comportamento das Maritacas em relação a fiação, não só dos fios dos semáforos, mas também de outros locais os quais elas conseguem acessar e destruir os fios como debaixo de telhados de residência, a Coordenadoria de Comunicação da Prefeitura de Alfenas, conversou com a Professora Érica Hasui do Instituto de Ciências da Natureza da UNIFAL-MG.
Érica Hasui explica que as maritacas roem fios elétricos por diversos motivos. Elas são naturalmente curiosas e exploram o ambiente com o bico. Além disso, precisam desgastar ou afiar o bico, já que ele cresce continuamente. Em áreas urbanas, onde árvores grandes são escassas, os fios podem acabar sendo usados até como material para construir ninhos.
Perguntamos também se esse comportamento é normal para a espécie, e Érica Hasui ressalta que sim, até certo ponto. Que em seu habitat natural, as maritacas costumam nidificar em cavidades de árvores grandes. No entanto, em áreas urbanas, onde há poucas árvores de grande porte, elas modificam seu comportamento e buscam lugares alternativos, como os forros de telhados. Lá, os fios são facilmente encontrados, o que incentiva esse comportamento.
Outra questão levantada foi em relação ao que pode ser feito para minimizar essas ações das maritacas e a professora sugere algumas medidas que podem ajudar a reduzir os danos causados por esse comportamento:
Vedação do telhado: Certifique-se de que o telhado está bem vedado para impedir que as maritacas entrem no forro das casas.
Instalação de ninhos artificiais: Oferecer opções seguras para que as aves possam fazer seus ninhos é uma alternativa eficaz.
Aumento da arborização urbana: Plantar mais árvores, especialmente as de grande porte, cria espaços naturais para as maritacas viverem e nidificarem, reduzindo sua interação com fios elétricos.
E para finalizar e podermos entender o porquê de tantas Maritacas na área urbana, a Profa. Érica Hasui destaca que a presença crescente de maritacas em áreas urbanas é resultado direto da destruição da vegetação nativa, que é o habitat natural dessas aves. A falta de árvores e recursos em áreas silvestres força as maritacas a buscar abrigo, alimentação e locais para nidificação nas cidades.
Fonte e fotos: Prefeitura de Alfenas