No dia 25 de janeiro de 2025, a Operação Brumadinho completa seis anos de intensa dedicação e esforços ininterruptos para encontrar as vítimas do rompimento da barragem B1, da mineradora Vale, ocorrido em 25 de janeiro de 2019. Considerada a maior e mais longa operação de buscas do país, a ação mobilizou recursos humanos e tecnológicos excepcionais, com 98,8% de efetividade, refletindo um marco histórico na gestão de desastres.
A tragédia, que resultou na morte de 272 pessoas e deixou inúmeras famílias devastadas, gerou uma mobilização sem precedentes. O volume de rejeitos de minério liberado – 10,5 milhões de metros cúbicos – foi suficiente para encher cerca de 4.200 piscinas olímpicas, criando um cenário quase impossível para as equipes de resgate, que precisaram inovar constantemente em suas estratégias. As vítimas da tragédia, apelidadas de “joias” pelas famílias, foram o centro do trabalho incansável das equipes de resgate.
Dimensão
Ao longo de seis anos, a operação se tornou um esforço colossal. Com mais de 1.600 horas de voo, realizadas pela Força Aérea Brasileira e com a participação de 31 aeronaves, além de 68 cães de resgate de todo o Brasil, a busca pela recuperação das “joias” se deu através de uma mobilização sem igual. A operação contou também com o uso de 120 máquinas pesadas, como escavadeiras, retroescavadeiras, perfuratrizes e peneiras vibratórias, todas empregadas para remover os rejeitos e localizar as vítimas.
Além disso, mais de 50 órgãos públicos das esferas municipal, estadual e federal trabalharam em harmonia, consolidando o que se tornou o maior esforço de interagências do Brasil, coordenado pelo Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG). A utilização de tecnologia de ponta também foi essencial, com drones, câmeras termostáticas, magnetômetros e balões de observação auxiliando na localização das vítimas, ampliando a eficácia das operações.
Segurança
A segurança das operações foi uma prioridade, e mesmo com o empenho de mais de 4,5 mil militares, não houve registros de acidentes com bombeiros ou viaturas. O CBMMG, junto ao Ministério da Saúde, também implementou protocolos de monitoramento de contaminação por metais pesados para proteger a saúde das equipes. Esse cuidado com os profissionais de resgate continua até hoje, com monitoramento constante e acompanhamento médico.
Durante a pandemia de COVID-19, o CBMMG adaptou suas operações para garantir a segurança dos envolvidos, com normas rigorosas de testagem e controle de contaminação, permitindo a continuidade das buscas sem comprometer a saúde dos militares.
Tragédia
O rompimento da barragem B1, localizado na Mina Córrego do Feijão, ocorreu às 12h28 de 25 de janeiro de 2019, liberando uma quantidade imensa de rejeitos que devastaram áreas residenciais, comerciais, propriedades agrícolas e o Ribeirão Ferro-Carvão. A tragédia resultou na morte de 272 pessoas, e o Corpo de Bombeiros recebeu chamadas de socorro imediatamente após o acidente, acionando recursos de todo o estado para iniciar as buscas.
Ao longo dos anos, a operação passou por sete estratégias de busca, adaptando-se constantemente às condições adversas, e atualmente segue com a oitava estratégia, que envolve a separação de rejeitos para inspeção e perícia.
Legado
Apesar da dor e da devastação, a Operação Brumadinho também deixou um legado de avanço para o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais. As lições aprendidas e as técnicas desenvolvidas durante essa operação colocaram a corporação como referência nacional e internacional em ações de busca e salvamento. A experiência adquirida foi compartilhada com outras corporações e utilizada em diversos cursos de especialização, tornando-se um modelo de atuação em grandes desastres.
O trabalho da operação se transformou em um símbolo de respeito e dedicação das equipes de resgate às vítimas e suas famílias, e também se consolidou como um exemplo de excelência na gestão de desastres. O CBMMG, com o apoio de diversos órgãos e entidades, continua comprometido com a prevenção e a gestão de riscos, aplicando os aprendizados adquiridos em Brumadinho para salvar vidas e mitigar os impactos de futuras tragédias.
Com as informações da Agência Minas
Foto: CBMMG / Divulgação