quinta-feira, 21 de novembro de 2024
“NÃO SE PRESERVA A MEMÓRIA DE UM POVO
SEM O REGISTRO DE SUA HISTÓRIA.”

O ex-jogador Raí participou nessa terça-feira (23) do revezamento da tocha Olímpica em Versalhes, na França. O jogador de futebol de 59 anos foi campeão do mundo e medalhista de ouro em Jogos Pan-Americanos, mas sempre revelou que sonhava em representar o Brasil nos Jogos Olímpicos.

Ao ser convidado pelo Comitê Olímpico, Raí fez uma declaração emocionada em sua conta no Instagram, lembrando que chegou na França em 1993 para jogar pelo Paris Saint-German, e após mais de três décadas morando, se tornou cidadão francês, e ampliou seus estudos em Paris, se tornando mestre em Política Pública e embaixador do Paris FC. “Recebo este convite para carregar a tocha como um reconhecimento desta linda história de amor, aprendizados, conquistas e realizações, ainda longe de acabar. VIVA les JO Paris 2024!”, declarou.

Sonho Olímpico de Raí

O jogador foi campeão da Copa do Mundo de 1994 e foi medalhista de ouro dos Jogos Pan-Americanos Indianápolis 1987, mas uma lesão o impediu de ser convocado para os Jogos Olímpicos Seul 1988, quando o Brasil levou a medalha de prata.

Jogador do Paris Saint-Germain entre 1993 e 1998, Raí retornou ao São Paulo, onde encerrou sua carreira no futebol em 2000. No entanto, sua jornada esportiva não terminou aí. Além de seus trabalhos em políticas públicas esportivas, ele começou a treinar badminton, esporte que sempre gostou. O seu objetivo era representar o Brasil no esporte, o que seria um feito inédito – o país só esteve representado no esporte em 2016.

“Lá pelo ano de 2002, comecei a treinar em esportes em que o Brasil não tem tanta tradição, como badminton e tiro com arco. Se me desse bem e conseguisse evoluir um pouco a ponto de fazer frente aos profissionais, a minha ideia era pedir um convite ao COI (Comitê Olímpico Internacional) para participar da Olimpíada. Teria esta cara de pau e acho que poderia conseguir. Seria inusitado e interessante ter um jogador de futebol, campeão mundial, tentando a sorte em outro esporte. Não iria para ganhar medalha, seria mais pela participação e por viver este momento olímpico”, contou o ex-jogador ao UOL em 2015.

Na Rio 2016, Raí participou dos Jogos Olímpicos de várias maneiras. Além de ter participado do Revezamento da Tocha Olímpica, ele também atuou como apresentador em programas de televisão na França, servindo como uma espécie de embaixador cultural do Brasil. Este ano, ele esteve presente na inauguração de uma rua em homenagem a seu irmão, o também jogador de futebol Sócrates. La rue du Dr Sócrates está localizada em St. Ouen, dentro da Vila Olímpica.

Zico carregou a tocha em Kashima

Raí segue os passos de outro jogador de futebol marcante para a história esportiva mundial. Em 2021, Zico, um ídolo no Japão, foi convidado para carregar a tocha Olímpica em Kashima durante o Revezamento da Tocha Olímpica dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020. A cidade é sede do Kashima Antlers, time que Zico defendeu entre 1991 e 1994. O estádio do clube, que conta com uma estátua do jogador brasileiro na entrada, recebeu jogos de futebol durante os Jogos Olímpicos.

Revezamento da Tocha Olímpica passou pela América do Sul

O Revezamento da Tocha Olímpica está percorrendo os territórios ultramarinos da França antes de voltar ao ‘hexágono’. Ela esteve na América do Sul entre 8 e 9 de junho, quando chegou na Guiana Francesa. Na ocasião, uma brasileira que mora lá com a família teve a oportunidade de participar deste momento mágico.

A brasileira Brenda Isabella, de 17 anos, é deficiente visual, e carregou a tocha. Ela declarou ao GE.com que pretendia representar todas as pessoas com deficiência e lembrar que “somos capazes de realizar os nossos sonhos”.

Eu sempre gostei de praticar esportes, e meu preferido era o ciclismo. Desde que perdi minha visão, aos 11 anos, nunca mais pude praticá-lo sozinha. Eu e minha mãe gostamos muito de assistir a competições esportivas, como natação e ginástica. Ela me descreve tudo com muita emoção”, comentou Brenda.

Fonte: Olympics

Foto: Reprodução / Redes Sociais Jogos Olímpicos

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