O “Modo de Fazer Queijo Minas Artesanal” pode ser reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade ainda este ano, caso a proposta seja aprovada na próxima sessão do Comitê da Unesco, que acontece entre os dias 1º e 7 de dezembro, em Assunção, no Paraguai. Se a candidatura for aceita, será o primeiro item gastronômico brasileiro a ganhar esse prestigiado reconhecimento.
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, comentou sobre a importância desse possível reconhecimento, destacando que os sabores brasileiros são uma das muitas riquezas culturais do país. “Fazer queijo, culturalmente, traz consigo as características de um território e de seu povo. A possibilidade desse preparo tão característico do Queijo Minas Artesanal ganhar tamanho reconhecimento só demonstra a potência dessa expressão tão importante e simbólica”, afirmou.
A produção artesanal do queijo minas já é patrimônio de Minas Gerais desde 2002, e em 2008 recebeu o reconhecimento nacional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O processo para o reconhecimento internacional foi iniciado em março de 2023, quando a Associação Mineira de Produtores de Queijo Artesanal (Amiqueijo) e a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais protocolaram a candidatura junto à Unesco.
Leandro Grass, presidente do Iphan, ressaltou que o objetivo d
a candidatura é dar visibilidade internacional a essa tradição que, há mais de três séculos, é vivida não apenas em Minas Gerais, mas em várias regiões do Brasil. A proposta foi construída com base em uma série de requisitos exigidos pela Unesco, como o reconhecimento nacional, um plano de salvaguarda, e o apoio da comunidade local, que tem um vínculo forte com a produção do queijo.
Atualmente, o Brasil possui seis bens culturais na lista da Unesco, e, caso seja aprovado, o queijo minas será o primeiro alimento a ser reconhecido internacionalmente. Outros bens culturais brasileiros já contemplados são: o Samba de Roda no Recôncavo Baiano, a Arte Kusi
wa, a pintura corporal e arte gráfica Wajãpi, o Frevo, o Círio de Nossa Senhora de Nazaré, a Roda de Capoeira e o Complexo Cultural do Bumba-meu-boi do Maranhão.
A produção do queijo minas abrange 106 municípios de Minas Gerais, e em cada região, o queijo é um símbolo de pertencimento e orgulho para os produtores, que cuid
am desde o manejo do pasto até a venda do queijo. O Iphan
ressalta que a produção do queijo está diretamente ligada ao cuidado com os animais e ao bem-estar das comunidades locais.
Minas Gerais se prepara para um momento histórico. Se a candidat
ura for aprovada, o Estado celebrará com uma programação diversificada em Belo Horizonte e no interior. Estão previstas ações como uma “press trip”, performances musicais e até um espetáculo de drones para marcar o evento. A expectativa é que a decisão final sobre o reconhecimento ocorra no dia 4 de dezembro, às 16h30 (horário de Brasília).
Fonte e foto: Governo de Minas Gerais